WWF-Brasil lança campanha "Adote uma Espécie" para preservar espécies em extinção

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A organização não governamental WWF-Brasil iniciou em outubro uma nova modalidade de contribuição. Por meio dela, será possível “adotar” uma espécie animal, doar uma quantia em dinheiro e, assim, ajudar a entidade em seus programas de conservação.

A campanha “Adote uma Espécie” tem o objetivo de custear programas como o monitoramento da espécie, o aumento e a expansão do habitat protegido e a redução dos impactos humanos no ambiente natural. Além disso a contribuição também ajuda outros projetos de conservação da região.

Neste primeiro momento, a campanha começará com o animal símbolo da logomarca da organização e que está em extinção: o urso panda. A ideia é que, de tempos em tempos, outras espécies possam ser “adotadas”.

Para participar, basta clicar no link www.wwf.org.br/adote e contribuir com uma doação mensal, a partir de R$54,90. Ao “adotar” um urso panda, você receberá em sua residência um kit contendo um boneco de pelúcia, um certificado, um folder com informações sobre o WWF-Brasil e sobre a espécie, além de um adesivo personalizado.

Saiba mais

Quem participa da campanha, “adota” um urso panda de Qinling, mais conhecido como urso panda gigante. Ele é um dos animais mais reconhecíveis do mundo, pela sua pelagem branca com marcas negras ao redor dos olhos, focinho, pernas e ombros. Os machos são cerca de 10% maiores do que as fêmeas. Um urso panda macho adulto pode pesar entre 100 e 150 kg – cerca de 1,5 vezes mais que o peso de um homem médio – e cresce até 1,70 metro.

Eles podem passar 55% do dia se alimentando de sua comida predileta: o bambu. Consomem cerca de 60kg por dia, com seus dentes largos e fortes que ajudam a triturar o alimento.

Os ursos panda gigantes habitam em florestas latifoliadas e de coníferas, locais onde o nível de sombra é adequado para o crescimento de bambu. O panda prefere encostas pouco íngremes de montanhas, porque é mais fácil para se movimentar. Além do fácil acesso a água fresca de rios, córregos ou lagos.

As fêmeas têm tendência a ficarem prenhas apenas dois ou três dias por ano. A gestação dura entre quatro e cinco meses e embora a fêmea possa dar à luz dois filhotes, em geral apenas um sobrevive. Por isso, é um animal raro e que corre risco de extinção.

Risco de extinção

As populações dessa espécie foram reduzidas em cerca de 50% entre o começo dos anos 70 e final dos anos 90. Os resultados das últimas pesquisas revelam que, na China, existem aproximadamente 1.600 pandas remanescentes na natureza.

Perda ou fragmentação de seu habitat são as maiores ameaças aos ursos panda gigantes. O rápido crescimento da população humana da China levou ao desmatamento de grandes áreas de floresta natural para a agricultura e para a produção de madeira, que é utilizada como combustível e na construção civil.

Isso forçou os ursos pandas a se refugiarem em áreas isoladas. A caça predatória dos ursos panda gigantes tornou-se uma ameaça menor do que era antes, em grande parte devido às altas multas aplicadas. Porém os pandas compartilham o seu habitat com animais que ainda são caçados, o que possibilita o risco deles caírem acidentalmente em armadilhas montadas para outros alvos como, por exemplo, os veados.

Programa de conservação

Desde 1980, o WWF atua na conservação dos ursos panda, sendo a primeira organização de conservação internacional a ser convidada pelo governo chinês para trabalhar na China.

“As adoções dão um grande impulso, conquistando grandes resultados. Elas ajudam a pagar o treinamento de guardas florestais locais que monitoram os ursos panda e combatem a caça predatória, custeiam o trabalho com as autoridades chinesas para estabelecer novas reservas e criar corredores ecológicos para conectar as populações de panda. Além disso, apoiam os nossos projetos que ajudam as comunidades locais a se tornarem menos dependentes dos recursos da floresta”, explica o WWF.

“Aproximadamente 70% dessa renda é encaminhada diretamente para o custeio dos nossos programas e o restante é utilizado para amparar o nosso trabalho de outras maneiras. Em 20 anos de trabalho, saltamos de 13 para 62 reservas de proteção”, ressalta a ONG, que disponibiliza os detalhes completos de como utiliza sua renda através do link: wwf.org.br/wwf_brasil/organizacao/prestacao_contas/

* Publicado originalmente no site EcoD.