Copa do Mundo de 2014 incentiva projetos sustentáveis no Brasil

As cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014 poderão obter financiamento para o desenvolvimento de projetos voltados para a mobilidade urbana ambientalmente sustentável. A partir de agosto, o Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, vai dispor R$ 200 milhões em empréstimos reembolsáveis.

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A informação foi divulgada nesta terça-feira, 26 de julho, por Eduardo Assad, secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério, durante o Seminário de Tecnologias Sustentáveis, no Rio de Janeiro.

Segundo Assad, a principal meta é iniciar uma renovação no sistema de transporte público feito por ônibus, principalmente na capital fluminense, que também sediará os Jogos Olímpicos de 2016. “Junto com as prefeituras, promoveremos não a mudança total da frota de ônibus, mas vamos começar a incentivar essa mudança, escolhendo para cada capital o que há de melhor”, explicou à Agência Brasil.

Empréstimo e tecnologia

O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conta com R$ 230 milhões, dos quais R$ 30 milhões não são reembolsáveis e foram destinados a pesquisas e ao sistema de alerta contra catástrofes naturais.

Assad afirmou que o fundo vai financiar tecnologias “prontas”, como é o caso dos ônibus movidos a etanol. “É uma tecnologia que a indústria pode entregar e os preços estão bons.” O secretário não descartou a possibilidade do financiamento da tecnologia do ônibus a hidrogênio. “Desde que o preço seja atrativo”, ressaltou.

“Na hora que a tecnologia estiver pronta, temos linha de financiamento, desde que [o projeto] seja economicamente viável”, acrescentou o secretário ao se referir à lista dos ônibus híbridos (movidos a diesel e energia elétrica ou a diesel e etanol), que ainda estão sendo testados no país.

Investir em ônibus que utilizem cada vez menos combustíveis oriundos do petróleo é a principal alternativa para reduzir a emissão de gases do efeito estufa nas cidades.

“A principal vantagem é a redução de poluentes ambientais. A pessoa está na Avenida Rio Branco [principal via do centro do Rio] e está respirando aquele ar cheio de partículas. Imagine como fica o pulmão do guarda de trânsito e do gari, que passam o dia inteiro ali. Precisamos de alternativas”, assegurou Márcio D’Agosto, professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

De acordo com D’Agosto, o transporte é o maior responsável pelas emissões nas áreas urbanas. O pesquisador coordena testes do primeiro ônibus flex urbano movido a gás e diesel, cuja tecnologia foi desenvolvida pela Bosch e pela MAN Latin America.

Para acessar o dinheiro do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, as prefeituras precisam associar-se às empresas do setor.

*publicado originalmente no site da EcoD.