"Porto de Suape deve crescer 9,5% ao ano até 2031"

Cançado Thomé, Márcio Stefanni e Cleverson Aroeira participaram de debate no evento Diálogos Capitais, mediado por Dal Marcondes. Foto: João Batista Fotografias
Cançado Thomé, Márcio Stefanni e Cleverson Aroeira participaram de debate no evento Diálogos Capitais, mediado por Dal Marcondes. Foto: João Batista Fotografias

Previsão foi feita pelo chefe do Departamento de Transportes e Logística do BNDES durante evento Diálogos Capitais, em Pernambuco

O chefe do Departamento de Transportes e Logística do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Cleverson Aroeira, afirmou nesta terça-feira 28 que o Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, deve crescer 9,5% até o ano de 2031. A previsão é feita com base em cifras animadoras: somente no ano de 2013 Suape movimentou 12,8 milhões de toneladas de carga, volume 14% superior ao último recorde de 11,2 milhões de toneladas, atingido em 2011. Em 2012, a movimentação totalizou 11,1 milhões de toneladas.

“Em 2012 o BNDES fez um estudo bastante abrangente que é uma espécie de diagnóstico dos portos brasileiros. Esse levantamento apontou que Suape deve crescer 9,5% ao ano até 2031. É preciso investir agora em infraestrutura, como já está acontecendo, para que os gargalos não apareçam no futuro”, alertou durante o debate Portos – Polos de Desenvolvimento do Nordeste, no evento Diálogos Capitais, promovido pela revista CartaCapital.

Aroeira afirmou que o Porto de Suape está à frente de outros portos brasileiros por possuir uma ampla área para a expansão do chamado retroporto, destinado à instalação de empresas, construção de armazéns e demais atividades relacionadas. “Isso é muito valioso e atrai investimentos.”

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Márcio Stefanni Monteiro, que também participou do debate, defendeu a necessidade de se vislumbrar as demandas futuras e investir antes para se ter um crescimento estruturado. “Foi dessa maneira que o porto de Suape surgiu. Quando o complexo começou a ser pensado, houve quem acreditasse que o investimento deveria ser direcionado ao Porto do Recife. O governo do Estado olhou na frente vislumbrou as demandas e potenciais da região e hoje Suape gera 10% da riqueza pernambucana”, destacou o secretário, que também é presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape.

Monteiro elencou os diferenciais do porto de Suape, como o fato de estar a no máximo 800 quilômetros de qualquer capital nordestina, a sete dias da Costa Leste dos Estados Unidos e a nove do porto de Roterdã, o maior da Europa. “A localização é privilegiada e se tornará mais ainda com a ampliação do Canal do Panamá, que vai aproximar Suape do mercado asiático”, lembrou.

Cançado Thomé, superintendente de crédito do Banco do Nordeste, referendou a posição de Aroeira. “Somo grandes parceiros de diversos investimentos feitos em Suape. Os portos são grandes alavancas para o desenvolvimento. Trazem consigo todo uma cadeia de serviços de logística e industrias de grande porte. Essas organizações, por sua vez, atraem empresas menores que prestam determinados serviços a estas corporações. Portos são bons para todos, inclusive para os bancos, que dão o suporte financeiro”, finalizou.

Diálogos Capitais. Fortaleza recebeu a primeira edição de 2014 da série Diálogos Capitais, promovido pela revista CartaCapital em parceria com o Instituto Envolverde, para aprofundar a discussão sobre o desenvolvimento brasileiro. Portos – Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento do Nordeste é o tema deste debate que reúne autoridades da região e especialistas do setor.

* Publicado originalmente no site Carta Capital.