Pais devem ficar atentos a doenças respiratórias em crianças

Chiados no peito, falta de ar e aumento de cansaço são alguns dos sintomas das doenças respiratórias em crianças. | Foto: KidStock/Blend Images/Corbis

A bronquiolite é uma doença que se caracteriza por uma inflamação nos bronquíolos e que, geralmente, é causada por uma infecção viral. Geralmente, ela afeta crianças de até dois anos de idade, sendo que a maioria dos casos ocorre entre três e seis meses de idade. Segundo a pneumopediatra Maria Isabel Athaide, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, a bronquiolite é uma doença sazonal e mais frequente nos meses de outono e inverno (entre maio a setembro). “No inverno é uma das principais causas de hospitalização em crianças. Com o surgimento dos sintomas, nós avaliamos o caso e se for necessário, a criança passa por uma terapia de suporte com oxigênio, hidratação e eventualmente é utilizado antibiótico por conta da gravidade”, destaca.

Ao contrário da bronquiolite, a pneumonia apresenta vírus diferentes e pode ser ocasionada por causas virais e bacterianas. A pneumonia viral normalmente começa como um resfriado e vai piorando aos poucos. A criança pode ter febre acima de 38,5 graus, tosse que não melhora, além de respiração rápida e curta. O início da pneumonia bacteriana tem um começo mais repentino. Os sintomas aparecem de uma hora para outra: febre alta, acima de 39 graus, respiração curta e ofegante e tosse. A perda de apetite e a falta de energia também são sintomas recorrentes.

O tratamento vai depender do tipo de pneumonia, do estado geral da criança e da idade dela. Ele pode ser feito com a utilização de antibióticos. Caso a criança esteja fraca, pode ficar internada em observação recebendo líquidos na veia e poderá respirar com a ajuda de uma mascara de oxigênio. Independente do tratamento é importante destacar que o tabagismo durante a gravidez e período pós-parto é um fator de risco que aumenta a chance do desenvolvimento de doenças, como asma, pneumonia e otites. “A prevenção mais efetiva de doenças respiratórias em gravidez é evitar tabagismo. As mães que fumam durante a gravidez podem ter os filhos com maior predisposição de adquirir doenças respiratórias”, reforça a pneumopediatra.

Ela conclui que o aleitamento materno efetivamente é o único fator de proteção contra a bronquiolite. “O leite materno carrega fatores de imunidade que a mãe passa para o filho. Comprovadamente, os bebês que são amamentados têm menos chance de desenvolver a doença”, finaliza Maria Isabel Athaide.

Palivizumabe – Nesta segunda-feira (03), uma portaria publicada pelo Diário Oficial da União incorporou o palivizumabe na lista de medicamentos que devem ser fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), usado na prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR) em bebês prematuros e crianças de até 2 anos com doença pulmonar crônica ou doença cardíaca congênita.

“O Palivizumabe é uma alternativa de prevenção contra doenças pulmonares especificamente pelo vírus sincicial respiratório de bronquiolite em crianças que apresentam um alto risco ao desenvolver esta doença, prematuras e determinas cardiopatias. A importância do medicamento é que ele pode reduzir a taxa de internação em geral e em alguns grupos diminuir também a mortalidade na infância”, explica a neuropediatra do GHC.

Rede Cegonha – A estratégia Rede Cegonha acompanha o crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 24 meses de idade. Há a orientação sobre todos os cuidados necessários para a mulher e seu bebê, promoção e incentivo ao aleitamento materno e acompanhamento do calendário de vacinação. Além disso, as mamães podem ter acesso a informações e disponibilização de métodos de planejamento familiar e a consultas e atividades educativas. Para ter acesso à Rede Cegonha, basta a gestante procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

* Publicado originalmente no site Blog da Saúde.