Cidade celebra a reabertura do Cine Caixa Belas Artes 

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No último sábado o Cine Belas Artes foi reaberto. Depois de mais de um ano de luta, que uniu cinéfilos, sob a liderança do Movimento Belas Artes (MBA), a Prefeitura de São Paulo, a Câmara dos Vereadores e a Caixa Econômica Federal, o histórico espaço dedicado aos amantes de sétima arte voltou às origens e recebeu uma multidão no primeiro dia dessa nova fase.

Reformado, com a fachada azul, e rebatizado de Caixa Belas Artes, o empreendimento cultural ganhou fôlego de um ano, prazo do contrato de patrocínio assinado com a instituição financeira pública. Como 365 dias passa muito rápido, o mais adequado é que não cessem as negociações no sentido de garantir longevidade a um dos mais tradicionais cinemas de rua da cidade de São Paulo.

Foi bacana encontrar entre os presentes na cerimônia de reabertura gente de distintas faixas etárias, numa demonstração efetiva de que os apaixonados de sempre persistem, que a renovação de público também está garantida, e que existe uma parcela expressiva de cidadãos dispostos a valorizar e batalhar politicamente pela ocupação das ruas, das calçadas e dos lugares ao ar livre.

Vencemos mais uma etapa desse embate pela manutenção dos patrimônios culturais em detrimento da especulação imobiliária, e da falta de recursos. Em Sampa existem dezenas de espaços em risco. Só a mobilização articulada, envolvendo todos os segmentos interessados no bem comum, será capaz de conter a voracidade insensível de alguns donos do capital. Por aqui, fico. Até a próxima.

* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.