Ambiente

O arquipélago de Alcatrazes agora é também um local para turismo

Fundação SOS Mata Atlântica apoiará a gestão do Arquipélago de Alcatrazes Fundação SOS Mata Atlântica apoiará a gestão do Arquipélago de Alcatrazes 

A Fundação SOS Mata Atlântica apoiará o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na administração do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Alcatrazes, responsável pelo gerenciamento de duas importantes Unidades de Conservação (UCs) federais de proteção integral no litoral norte de São Paulo: a Estação Ecológica Tupinambás e o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes.

A cerimônia de formalização da parceria acontecerá no dia 13 de setembro, em celebração ao primeiro aniversário da criação do Refúgio de Alcatrazes, em São Sebastião/SP) e contará com a presença do Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e do Ministro da Defesa, Raul Jungmann.

O Refúgio de Alcatrazes e a Estação Ecológica Tupinambás foram criados para preservar a biodiversidade marinha e insular do litoral norte paulista, sendo que o Refúgio é a segunda maior UC marinha de proteção integral do país. As duas UCs somam uma área de 70 mil hectares e abrangem a totalidade do arquipélago de Alcatrazes, mais as ilhas de Cabras e Palmas, no arquipélago da Ilha Anchieta, em Ubatuba/SP.

O objetivo central da Estação Ecológica Tupinambás é a preservação da biodiversidade e a realização de pesquisas científicas. O Refúgio de Alcatrazes, por sua vez, visa a proteção dos ambientes naturais para garantir a existência e reprodução de espécies da flora local e da fauna residente ou migratória, além de atender também demandas de visitação e ecoturismo.

“O Refúgio de Alcatrazes é a única UC marinha do país que será implementada de maneira planejada, devido à elaboração do seu plano de manejo logo após sua criação. A parceria com a SOS Mata Atlântica, nesse momento de implementação, garantirá o suporte financeiro para atividades que atualmente são gargalos de gestão, especialmente aquelas que envolvem despesas de rotina”, afirma a chefe do Núcleo de Gestão Integrada, Kelen Leite.

Ricardo Soavinski Foto: Pedro Ribas/ANPr

De acordo com ela, o processo de abertura da visitação em Alcatrazes também será iniciado na ocasião, com a assinatura da portaria de autorização e ordenamento da visitação pelo presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, num primeiro momento apenas para empresas nas atividades de mergulho autônomo e visitas embarcadas.

Após a assinatura da portaria, as empresas interessadas em operar em Alcatrazes terão 45 dias para solicitar o cadastramento junto ao ICMBio Alcatrazes, que terá 30 dias para emitir as autorizações de operação no Refúgio de Alcatrazes. Nesse período de cadastramento das empresas o ICMBio Alcatrazes fará também a capacitação dos condutores que apoiarão a operação da visitação. “Acreditamos que para o verão de 2018 a unidade já estará recebendo visitantes”, afirma a chefe da Unidade de Conservação, Kelen Leite.

De acordo com o biólogo da Fundação SOS Mata Atlântica, Diego Igawa, a ONG auxiliará o fortalecimento das UCs e a implementação do seu plano de manejo, aprovado neste ano, contribuindo para o desenvolvimento da região. “Passaremos a apoiar as atividades operacionais e a gestão das UCs que protegem o arquipélago de Alcatrazes, que é uma região especial do ponto de vista da biodiversidade e beleza cênica”, acrescenta.

As UCS que abrangem o arquipélago dos Alcatrazes protegem uma área considerada como a região de fauna recifal mais conservada das regiões Sul e Sudeste, com mais de 1,3 mil espécies de flora e fauna, sendo que 93 delas estão sob algum risco de extinção. São mais de 100 espécies de aves e 259 de peixes protegidos. Sua vegetação é caracterizada por áreas de Mata Atlântica e campos rupestres, com 320 espécies de flora.

A parceria será viabilizada com o apoio financeiro da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association), reconhecendo o grande potencial turístico do Refúgio de Alcatrazes para atividades como contemplação de paisagens, mergulhos autônomo e livre, observação de fauna e a prática de turismo náutico de baixo impacto.

“A celebração do acordo da BLTA com a SOS Mata Atlântica e o ICMBIO é o primeiro passo do Projeto de Sustentabilidade da BLTA, em consonância com os propósitos da Organização das Nações Unidas, que proclamou o ano 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento. Por meio da adoção do Refúgio de Alcatrazes e da Estação Ecológica Tupinambás, a BLTA assume o compromisso de promover e apoiar iniciativas para a conservação e preservação do meio ambiente com viés para o turismo sustentável e responsável, turismo este que, no mercado global de viagens de luxo/experiências atende cada vez mais um público exigente e sensível às questões globais de sustentabilidade no aspecto social, ambiental e econômico”, afirma Simone Scorsato, diretora executiva da BLTA.

Para Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica, “a BLTA dá um ótimo exemplo para outras associações empresariais ao entender o valor que essas áreas naturais possuem e a importância de contribuir para a sua conservação, uso público e engajamento da sociedade”.

Apoio a UCs

O Refúgio de Alcatrazes e a Estação Ecológica Tupinambás são as mais novas UCs apoiadas pela Fundação. Essa frente foi iniciada em 2007 e já contempla outras UCs marinhas e da Mata Atlântica, como a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, o Parque Nacional da Tijuca e a Reserva Biológica do Atol das Rocas.

Igawa reforça que, com a parceria, as UCs passam a integrar uma lógica de apoio praticada pela Fundação SOS Mata Atlântica que envolve várias outras unidades e doadores. “A busca por parcerias para aliviar o atual déficit financeiro para a conservação é um bom caminho a ser perseguido. Afinal, o interesse e responsabilidade pela preservação do patrimônio natural é de toda a sociedade”. (SOSMA/Envolverde)