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Apenas as mulheres podem criar o “futuro que queremos”

Já está circulando a revista ECO 21 de fevereiro de 2012. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo do editorial o índice da edição.

Editorial

“A ONU deve impulsionar o empoderamento econômico das mulheres para ajudá-las a realizar os objetivos comuns da comunidade global”, ressaltou Asha-Rose Migiro, Vice-Secretária-Geral da ONU, durante o encontro do Movimento dos Não-Alinhados sobre o Avanço das Mulheres realizado neste mês em Doha, Qatar. Migiro fez uma referência direta ao recém-lançado “Rascunho Zero” da RIO+20 intitulado “O Futuro que Queremos”. Já é consenso no mundo que desenvolver o potencial econômico das mulheres promove o crescimento da economia e a sua recuperação de maneira mais rápida e equitativa. Dessa forma se abre caminho para implementar os direitos de outras mulheres, que é um dos principais passos para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015. “Essa conquista das mulheres é fundamental para o sucesso da RIO+20; é absolutamente necessário dar poder à mulher para criarmos o futuro que queremos”, ressaltou Migiro. Já em 1995, na “Declaração de Beijing”, durante a IV Conferência Mundial sobre a Mulher, estava claro que a deterioração dos recursos naturais afasta as mulheres das atividades geradoras de renda. Tanto nas áreas urbanas como nas rurais, a degradação do meio ambiente repercute negativamente sobre a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da população, especialmente das mulheres de todas as idades. A feminista Esther Vivas lembra que nos países do Sul as mulheres são as principais produtoras de comida, as encarregadas de trabalhar a terra, manter as sementes, coletar os frutos, conseguir a água, cuidar do gado. Entre 60 e 80% da produção de alimentos nestes países recai sobre as mulheres, sendo uns 50% em nível mundial. A socióloga Aspásia Camargo afirma que a miséria no mundo é majoritariamente feminina e que as mulheres carregam em seus ombros os mais altos custos da globalização. “A RIO+20 é uma extraordinária oportunidade de fazer ‘justiça feminina’ discutindo a erradicação da pobreza, um dos três pilares da Conferência”. Infelizmente a discriminação de gênero existe em quase todo o mundo. Muitos países ainda têm leis discriminatórias, leis que restringem a liberdade e leis que comprometem os direitos femininos. Todas essas leis deveriam ser forçosamente revogadas. No Brasil, em 24 de Fevereiro de 1932, o direito ao voto foi o primeiro passo para empoderamento da mulher. Hoje, 80 anos depois, uma mulher está na Presidência da República consolidando o que Aspásia denomina “justiça feminina”.

Sumário

Flávio Miragaia Perri – O que o Milênio nos reserva a partir da RIO+20

Nelton Miguel Friedrich – A esperança da RIO+20

José Eli da Veiga – Ameaças ambientais

Boaventura de Souza Santos – RIO+20: as críticas

Ricardo Abramovay – RIO+20+Mudança Social

Ronaldo Gusmão – A RIO+20 e a Ilha de Páscoa

Lúcia Chayb – Entrevista com Aspásia Camargo

Charundi Panagoda – Mulher: mais retórica que inclusão

Bernardo Camara – Paulo Adario, Herói da ONU

Paulo Adario – Prêmio da ONU reconhece que as florestas perigam

Alana Gandra – Museu do Meio Ambiente será reaberto para a RIO+20

Lauha Fried – A energia eólica avança apesar da crise econômica

Jéssica Lipinski – ONU pede renovável para todos em encontro da IRENA

Clodionor Araújo – Brasil apresenta soluções no 6º Fórum Mundial da Água

Washington Novaes – Afinal a biodiversidade sobe ao primeiro plano

Marcos Buckeridge – As florestas marinhas brasileiras foram esquecidas

Verónica Moreno – IUCN tem 23 novos projetos para conservar espécies

Valéria Dias – Estudo com araras-vermelhas ajuda a conservação da espécie

Aldem Bourscheit – Descaso com nascentes e rios ameaça o Pantanal

Matthias Rüd – BioFach: a maior feira orgânica

Stephen Leahy – Entrevista com Frances Moore Lappé

Roseli Ribeiro – Entrevista com Luiz Antonio Ugeda Sanches

Danyella Ferreira – ICLEI lança site para a gestão de resíduos sólidos

Bruno Taitson – Selo FSC avança na arquitetura

Xico Graziano – Café especial

Leonardo Boff – Crítica ao modelo padrão de desenvolvimento sustentável