Com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o relatório do quarto ano do mapeamento e monitoramento do plantio de soja na Amazônia, divulgado neste mês de outubro, mostra que neste ano, correspondente à safra de 2010-2011, a oleaginosa foi identificada em 11.698 hectares (ha) de áreas desmatadas na Amazônia após 2006. O número revela aumento em relação à safra anterior (2009/2010), quando foram mapeados 6.295 ha.
Os resultados do monitoramento foram apresentados em Brasília pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que também anunciou a renovação da Moratória por mais um ano, até 31 de janeiro de 2013.
O Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), sendo uma das instituições participantes do GTS, participa da Moratória acreditando que este é um avanço em termos de governança conjunta, que trabalha para fortalecer políticas de desenvolvimento da agropecuária com desmatamento zero. Segundo a pesquisadora do Ipam, Andrea Azevedo, “as instituições que compõem o GTS desenvolvem um aprendizado coletivo constante em busca de alternativas que envolvam o mercado na transformação do setor agropecuário”.
Confira aqui o relatório do quarto ano do mapeamento e monitoramento do plantio da soja na Amazônia
Sobre a Moratória da Soja
Instituída em 24 de julho de 2006, a Moratória da Soja estabeleceu o compromisso das indústrias e exportadores da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) de não adquirirem soja oriunda de áreas desflorestadas na Amazônia a partir de julho daquele ano.
O monitoramento por satélites da Moratória é resultado da parceria entre o Inpe e o GTS, que é formado pelas empresas associadas da Abiove e Anec, Ministério do Meio Ambiente, Banco do Brasil e organizações da sociedade civil (Conservação Internacional, Greenpeace, Ipam, TNC e WWF-Brasil).
Para monitorar o cumprimento da Moratória da Soja, o Inpe utiliza metodologia especialmente desenvolvida para detectar a presença de culturas agrícolas em áreas desflorestadas, a partir da interpretação das imagens de satélites. Além das informações geradas pelo Inpe, são utilizadas bases de dados da Funai, Ibama, IBGE e Imazon. O aerolevantamento em áreas pré-selecionadas pelo Inpe é realizado por meio de empresa contratada pelo GTS. Para consolidar os dados também são realizadas vistorias em campo e busca de documentação legal para identificação de propriedades rurais.
* Publicado originalmente pelo Ipam (Instituto de Pesquisas da Amazônia) e retirado do site Mercado Ético.