Economia

CDP SUPPLY CHAIN: A força e a transformação que se constrói em rede

Por Reinaldo Canto da Envolverde especial para o CDP – 

Cadeias de suprimentos são como redes de interação entre empresas, e impactam diretamente os resultados de cada empresa e de toda a economia

Já foi se o tempo em que uma empresa sentia-se confortável em ocupar o seu próprio “quadrado”.  A complexidade das relações e de seus compromissos socioambientais ultrapassaram fronteiras pré-estabelecidas para a expansão das responsabilidades do negócio para com a sociedade e o planeta.

Nesse sentido, as ações de seus fornecedores adquirem um papel estruturante, pois a cadeia de valor da empresa só pode ser reconhecida por seus compromissos sustentáveis caso seja vista em todas as suas etapas e dimensões.

Uma situação exemplar é o da emissão de gases de efeito estufa (GEE) que contribuem para as mudanças climáticas e o aquecimento global. Estima-se que, mais da metade das emissões de empresas são da sua cadeia de valor, sendo que seus fornecedores podem ser responsáveis por até 60% desse total.  

O Programa Supply Chain do CDP – Carbon Disclosure Program – foi criado justamente para auxiliar as empresas na construção de estratégias junto aos seus fornecedores identificando riscos e oportunidades que contribuam para gerenciar e mitigar as mudanças climáticas e a emissão dos GEEs, além de colaborar com a melhoria na gestão da água, entre impactos sobre os ecossistemas.

De acordo com Lauro Marins, Gerente do Programa Supply Chain, o ideal é que o preço não seja mais o único parâmetro a ser avaliado e que se passe a medir/analisar as ações ambientais que são implementadas por fornecedores, creditando valor a isso na hora da contratação.  “Um importante objetivo é colocar a sustentabilidade no centro das decisões. Ações que contribuam para minimizar as mudanças climáticas e a gestão da água por exemplo. Enfim ações para uma economia de baixo carbono”, explica Marins.

O programa existe há 10 anos e tem apresentado grande evolução. No início participavam cerca de 300 empresas e nesse período esse número quase triplicou na América Latina. São ótimos resultados, mas que ainda exigem esforços, “Não é mais um grupo restrito de empresas, mas a consciência ainda é baixa, pois requer tempo, não será de uma hora para outra, mas está avançando”, afirma Lauro Marins.

Ampliar essa consciência é um dos desafios do CDP Supply Chain 2018* que irá apresentar uma série de casos de sucesso no Brasil e na América Latina mostrando que é possível agir no combate às mudanças climáticas e que podem e devem ser replicados por outras empresas de qualquer porte. O programa deixa claro que não são só as grandes, mas as pequenas e médias empresas que também podem engajar seus fornecedores, mas evidentemente é preciso ter mecanismos de convencimento para que essas empresas entendam e pratiquem tais ações.

O CDP Supply Chain busca cumprir esse papel de ser uma grande vitrine para engajar pequenas e médias empresas e outras que não tinham práticas internas de trabalhar com essas questões, seja em suas respectivas áreas de compras ou na hora de contratar um determinado serviço.

E para reforçar a importância desse trabalho, a principal novidade do evento deste ano será o lançamento do CDP Education, uma plataforma para compartilhar conhecimentos e informações para empresas e fornecedores. Essa nova ferramenta irá se juntar as várias ações colaborativas e inovadoras propostas pelo CDP (http://www.cdpla.net/pt-br) em prol das necessárias e urgentes mudanças visando um mundo corporativo mais engajado e sustentável.   

Sobre o CDP

É uma organização internacional sem fins lucrativos, formada por grandes investidores interessados na avaliação do desempenho das empresas em função dos desafios ambientais de mudanças climáticas, recursos hídricos e florestas. Atualmente é formada por 827 investidores que administram um total de US$ 100 trilhões em ativos. Em 2017, a organização teve em sua base de respondentes 570 cidades no mundo e mais de 6.300 empresas – com cerca de 55% da capitalização de mercado global. A partir desses dados, são produzidos materiais e relatórios que reportam regularmente a evolução no uso de recursos hídricos e ambientais pelas empresas e cidades signatárias.

*Supply Chain 2018

Data: 20 de fevereiro

Local: Auditório Torre Santander – Próximo ao Shopping JK Iguatemi

Endereço: Avenida Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi, São Paulo

Horário: 8h30 – 13h30