Sociedade

Comunidades ribeirinhas do Pará recebem formação para cuidar de forma saudável das águas

Iniciativa forma multiplicadores de boas práticas e mudança de hábitos relacionados ao uso da água

Mais de 120 educadores de comunidades ribeirinhas do estado do Pará participaram do seminário de formação de professores do projeto Escola D’Água Brasil. A ação foi liderada pelo Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) e faz parte do programa Swarovski Waterschool, iniciativa coordenada no Brasil pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que tem como objetivo  promover práticas saudáveis de cuidado e acesso à água para crianças, professores e suas comunidades ao redor do mundo.

Participaram 27 escolas de dois municípios, dentre as quais 13 foram da área rural e 14 de áreas urbanas.

A formação aconteceu nos dias 28 e 29 de julho, no auditório da Universidade do Estado do Pará (Uepa), campus de Santarém. As atividades incluíram seminários de trocas de saberes entre professores, sociedade civil e pesquisadores da área, também o aprendizado de metodologias educacionais que promovem a conservação dos recursos hídricos e a distribuição de um Guia de Atividades que pode ser utilizado como recurso complementar com estudantes dentro das salas de aula.

Ao todo, participaram professores e gestores de 27 escolas, sendo 13 escolas de  comunidades rurais e ribeirinhas e 14 da zona urbana, localizadas em Santarém, Mojuí dos Campos e no distrito de Alter do Chão. O evento marcou o início de uma nova fase do Projeto Escola D’Água, que já é desenvolvido na região desde 2014 pelo IMEA em parceria com o programa Swarovski Waterschool.

A coordenadora do projeto em Santarém (PA), Lucineide Pinheiro, destaca a importância de aprimorar a formação dos professores envolvidos no projeto. “As ações que desenvolvemos nos últimos anos têm as escolas e as comunidades como pontos de referência. Nesses ambientes, a figura do gestor e do professor aparece como a chave para a mudança e os alunos se tornam os protagonistas dessa transformação. Por isso, é fundamental voltarmos sempre o nosso olhar para a capacitação e formação contínua e atualizada desses profissionais, pois são eles os responsáveis por conscientizar e educar as crianças e jovens”, disse.

“O projeto tem nos professores os maiores aliados para incentivar os alunos e a comunidade escolar a terem melhores práticas de cuidado com a água. Esse evento traz informação e ferramentas, além de incentivar a reflexão para que esses professores possam atuar em sala de aula nesse sentido”, explica a coordenadora nacional do Swarvoski Waterschool Brasil, Raquel Luna.

Conscientização para o futuro

Uma das professoras participantes da formação foi Andreza Valente, que atua na rede de ensino municipal de Santarém (PA). Para ela, a formação é importante para levar conscientização sobre os cuidados com a água em todos os níveis, do ensino fundamental até o ensino superior.

“A água é um patrimônio mundial que, por ser acessível na nossa região, muitas vezes é banalizado. Uma vez que conscientizamos nossas crianças, elas podem ser conscientizadoras de seus pais, famílias e comunidades. É um trabalho de formiguinha, por isso é importante que as escolas, de forma unificada, consigam trabalhar não de forma pontual mas de forma geral um trabalho que envolva toda a escola, comunidade e redondezas”, afirma a educadora.

Além disso, ela declara que “essa formação pode gerar frutos teóricos e práticos que podem motivar pesquisas, para que possamos ter a nossa Amazônia vista de forma positiva”.

Juventude ativa

A aluna Clara Gentil, do distrito de Alter do Chão em Santarém, é uma das jovens “Embaixadoras das Águas” do projeto Escola D’Água. Para ela, a maior motivação para participar da formação é dar voz e espaço à juventude para fazerem parte do movimento de proteção ao meio ambiente. “Para que nós possamos dialogar com os professores e nos sentirmos num ambiente confortável, o que mais motiva nós jovens e professores que trabalham na mesma causa é passar esse conhecimento para as novas gerações. Não deixar que nossa voz se cale e que sigamos em frente, firmes e fortes”, afirma Clara.

Swarovski Waterschool – Escola D’Água Brasil

O Programa Swarovski Waterschool visa capacitar crianças e suas comunidades em todo o mundo para se tornarem embaixadores da água, fornecendo ferramentas e treinamento que abordam seus desafios hídricos locais. O Programa está presente em escolas próximas a grandes rios em oito países: Áustria, Brasil, China, Índia, Uganda, Estados Unidos, Tailândia e Austrália. Saiba mais em www.swarovskiwaterschool.com.

No Brasil, o projeto é coordenado pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e está presente no Amazonas e no Pará. Além do componente de educação para cuidados com a água, a iniciativa ainda promove melhorias de infraestrutura em escolas, fortalece iniciativas sustentáveis de grupos de jovens e promove campanhas de conscientização.

Sobre a FAS

Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.

 Sobre o IMEA

O Instituto Mureru Eco Amazônia (IMEA) é uma associação civil, de caráter socioambiental, que desenvolve localmente, desde 2014, o Projeto Escola D’água, parte do programa internacional Swarovski Waterschool, voltado para a proteção dos grandes rios do planeta. A instituição trabalha também com outras frentes de ação voltadas para a Educomunicação, Preservação Ambiental, Empreendedorismo Social e Protagonismo Juvenil em toda a região do Tapajós, no Estado do Pará.

Créditos: Divulgação IMEA

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