Ambiente

Fórum Amazônia Sustentável une forças pela preservação do bioma e apoio as comunidades

*Por Reinaldo Canto especial para a Envolverde – 

Foram quatro dias de intensa troca de experiências e relatos de lutas e desafios de representantes das comunidades que vivem e de organizações que atuam na região amazônica brasileira.

O Fórum Amazônia Sustentável reuniu mais de 70 componentes de organizações da sociedade civil, lideranças de comunidades tradicionais e indígenas, especialistas, acadêmicos e empresas em Alter do Chão, um dos mais belos cenários da região norte do país, localizado no município de Santarém, no estado do Pará.

Após três anos sem encontros presenciais os participantes do Fórum Amazônia Sustentável apresentaram diversas propostas tendo como premissas básicas o combate às ilegalidades como garimpos, extração de madeira e invasões de terras públicas e indígenas, entre outros, que atingiram um nível inédito e alarmante no atual governo. O Fórum foi unânime em apontar como urgente a retomada das ações de comando e controle com a reestruturação dos órgãos ambientais e de fiscalização que contribuem para combater a destruição do bioma e protegem as populações indígenas e ribeirinhas que tem sofrido uma violência que envergonha os brasileiros diante do mundo.

Os participantes do Fórum consideraram a união de forças neste momento como vital para a sobrevivência da Amazônia brasileira e seus habitantes. O presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, Júlio Barbosa, chamou atenção para a importância da responsabilidade das empresas com atuação na região em apoio as comunidades tradicionais e a preservação e inviolabilidade das Unidades de Conservação, as UCs. “O apoio das empresas na defesa dos direitos dos indígenas e das comunidades extrativistas com as quais elas já tem relação é fundamental ainda mais neste momento que vivemos”. 

Uma das principais conclusões do Fórum Amazônia Sustentável é de que os 100 primeiros dias do novo governo que tomará posse em janeiro de 2023 serão vitais para começar a mudar esse estado de delinquência e terror que tomou conta da Amazônia nos últimos anos. Para Adriana Ramos, coordenadora de políticas públicas e direito do ISA – o Instituto Socioambiental – é preciso interromper com a máxima urgência a entrada de invasores e a exploração ilegal nas terras indígenas, nas Unidades de Conservação e terras públicas.

Para Caetano Scannavino coordenador do projeto Saúde e Alegria e um dos organizadores do Fórum, “esse evento presencial era para ter acontecido antes, mas acabou adiado em função da pandemia. Ocorrer agora, depois desses tempos difíceis pra Amazônia e pro Meio Ambiente, foi até mais interessante pela maturidade dos diálogos entre diferentes, como empresas, ONGs, movimentos, marcando a revitalização do Fórum em novas bases, a partir das lições aprendidas tanto das experiências passadas e como também desses últimos anos.”

O encontro ainda irá apresentar uma carta com as propostas do Fórum tanto para os candidatos às próximas eleições como para serem implementadas pelos futuros governos.  

*O Instituto Envolverde é uma das organizações que compõem o Fórum Amazônia Sustentável

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