As dez iniciativas escolhidas beneficiarão mais de 280 famílias, além de 115 associados; valor destinado total passa de R$ 800 mil.
Outubro de 2016 – O Itaú Unibanco, em parceria com o Instituto Ekos Brasil, acaba de anunciar os projetos selecionados para o Programa Ecomudança 2016. Dez cases, de nove estados – Amazônia, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco e São Paulo –, além do Distrito Federal, foram escolhidos e vão receber, ao todo, R$ 818.522,61.
O Ecomudança 2016 recebeu 380 inscrições, entre os meses fevereiro e abril, de projetos socioambientais nacionais relacionados à redução de emissão de gases de efeito estufa e projetos que contribuem para a produção de água, possibilitando o desenvolvimento das regiões onde estão localizados. O edital do programa previa a inscrição de projetos promovidos por entidades sem fins lucrativos, como organizações sociais, fundações, cooperativas e associações, inclusive as que atuam como movimentos sociais.
As categorias contempladas pelo Ecomudança são: 1-) Redução da Pegada Hídrica e Produção de Água; e 2-) Redução de Gases de Efeito Estufa, com as subcategorias: atuação em eficiência energética; energia renovável; manejo de resíduos; florestas; agricultura sustentável; e mobilidade.
Após a inscrição, os projetos foram submetidos a uma comissão de análise técnica, composta por membros do Itaú e do Instituto Ekos Brasil, passando por fase de triagem, análise do potencial e impactos que o projeto pode trazer para comunidade, visita técnica às organizações e, após o case ser finalistas, análise do conselho consultivo que seguiu critérios como inovação, criatividade e potencial de transformação social.
“Ficamos muito felizes com o alto nível dos projetos. Acreditamos que nosso apoio ajudará de forma significativa cada uma das organizações e trará impactos importantes para as comunidades onde estão localizados. É também missão do Ecomudança estimular que esses projetos a buscarem sustentabilidade, inclusive viabilidade financeira a longo prazo. Nosso desafio passa por promover modelos que possam ser replicáveis em outros locais”, afirma Denise Hills, superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco.
Criado em 2009, o programa, que tem como objetivo transformar os investimentos dos clientes do Itaú em benefícios para a sociedade, já beneficiou mais de 980 famílias e conseguiu uma redução de cerca de 23.000 Toneladas de CO2. A verba doada é proveniente dos fundos de renda fixa Itaú Ecomudança, que destinam 30% de sua taxa de administração para esta iniciativa.
Confira abaixo os projetos beneficiados na edição 2016 do Programa Ecomudança:
COOPERU – Uberaba/MG
Organização: Cooperativa dos Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Materiais Recicláveis de Uberaba – COOPERU.
O projeto: Uberaba tem hoje, 4% de seu resíduo coletado pela COOPERU, que comercializa aproximadamente 80t por mês. O projeto prevê a contratação de um serviço especializado para o desenvolvimento do app; realização de campanhas de adesão ao software pela comunidade; e a compra de um veículo de pequeno porte para auxílio na coleta.
Metas: O projeto irá beneficiar 40 associados diretamente e prevê o aumento da coleta e da renda de seus associados em até 20%. Além disso, o projeto pretende reduzir 550 tCO2e por ano, por evitar a produção de novos materiais.
PEQUENAS MUDANÇAS, GRANDES TRANSFORMAÇÕES – Inhambupe/BA.
Organização: Associação de Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis de Inhambupe – COOCAI.
O projeto: Os associados da COOCAI vivem hoje com uma renda mensal abaixo de R$200,00. O projeto pretende, além da aquisição de equipamentos, realizar oficinas de separação de resíduos, planejar uma dinâmica de coleta na cidade e mobilização da comunidade na adesão da iniciativa.
Metas: Ao final do projeto, 20 associados serão beneficiados, tendo sua renda aumentada em até 100%. Serão coletadas 120t/ano, reduzindo a emissão de 260 tCO2e por ano proveniente da produção de novos materiais.
SUSTENTABILIDADE ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO POVO MEBENGOKRÉ/KAYAPÓ – Colíder/MT.
Organização: Instituto Raoni.
O projeto: Os indígenas da aldeia, principalmente as crianças, têm apresentado desnutrição e problemas de saúde relacionados ao consumo de alimentos industrializados. Diante disso, as mulheresda aldeia idealizaram e solicitaram o projeto ao Instituto Raoni, organização atuante na aldeia há muitos anos. As atividades previstas incluem capacitação sobre segurança alimentar e SAF, realização do plantio e tratos culturais, monitoramento e divulgação para outras aldeias.
Metas: A iniciativa prevê a geração de renda para 40 mulheres indígenas através da comercialização do excedente da produção, e alimentos saudáveis para a família, além de resgatar a cultura Kayapó de plantio. Com a implantação de 5ha de SAF (Sistemas Agroflorestais), 42,5 tCO2e serão sequestradas por ano.
TECNOLOGIAS AGROECOLÓGICAS PARA MULHERES E JOVENS QUILOMBOLAS – Codó/MA.
Organização: Plan International Brasil.
O projeto: As três comunidades quilombolas atendidas pelo projeto têm a agricultura como principal fonte de renda e comercializam sua produção em feiras locais e cidades do entorno. Como atividades, o projeto pretende realizar oficinas de capacitação em irrigação, implantação dos sistemas de irrigação, aquisição de sementes e insumos para o plantio, implantação de um viveiro e intercâmbio com outras comunidades, para troca de informações e experiências. As áreas de implantação das hortas são coletivas, entretanto cada família terá seu canteiro individual.
Metas: Serão beneficiadas 30 famílias. Sua renda será aumentada em até 60%, em decorrência da produção irrigada, principalmente em períodos de estiagem. Cerca de 7 tCO2e por ano deixarão de ser emitidas pelo não uso de fertilizantes químicos.
MELIPONICULTURA NA AMAZÔNIA – Manaus/AM.
Organização: Museu da Amazônia – MUSA.
O projeto: Atualmente, as famílias que serão beneficiadas têm como principal atividade a produção de hortaliças, frutas e criação de aves. O projeto entra como uma fonte de renda alternativa às outras atividades locais que degradam o meio ambiente. A proposta prevê a realização de intercâmbios entre técnicos e agricultores para troca de informações e experiências sobre a meliponicultura, plantio, manejo de abelhas nativas, implantação e manejos áreas degradadas, além disso será realizada a produção de mudas nativas, aquisição de caixas e colônias de melíponas.
Metas: 50 famílias serão beneficiadas e terão sua renda aumentada em até 30%, através da comercialização do mel. Aproximadamente, 103 tCO2e serão sequestrados por ano, com a implantação do projeto.
IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO ASSENTAMENTO IRMÃ DOROTHY – Mirante de Paranapanema/SP.
Organização: Associação de Cooperação em Agroecológica do estado de São Paulo – AASP.
O projeto: Implantado em um assentamento recém regularizado, a iniciativa pretende, além de fixar as famílias em suas terras, introduzir a prática da agroecologia no assentamento e servir de exemplo para os outros assentamentos da região. O projeto prevê a implantação de 7ha de SAF (Sistemas Agroflorestais), a realização de capacitação sobre planejamento, implantação e manutenção de SAFs, aquisição de mudas e insumos, preparo do solo, plantio e divulgação do projeto na região.
Metas: Com o potencial de aumentar a renda em 30% das 35 famílias beneficiadas, o projeto também vai reduzir 59,5 tCO2e por ano, através do sequestro pelas árvores que compõe os sistemas.
NATUREZA EQUILIBRADA E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL – Laranjeiras do Sul/PR.
Organização: Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia – CEAGRO.
O projeto: Os assentados e pequenos agricultores beneficiados possuem a agricultura como principal fonte de renda e comercializam seus produtos em feiras agroecológicas da região. O projeto irá formar 10 grupos de referência em agrofloresta, composto por 6 unidades produtivas, que implantarão os SAFs em seus quintais, em formato de mutirão, que permite a troca de experiências e a aproximação das famílias que vivem nos assentamentos e pequenas propriedades. As principais atividades do projeto incluem a mobilização e formação dos grupos de referência, aquisição de insumos e mudas, implantação dos SAFs e capacitação em agroecologia.
Metas: Serão implantados 11,5ha de SAF em quintais de 46 famílias, que terão sua renda aumentada em até 30%, através da comercialização dos produtos agroecológicos. Por ano, cerca de 98 tCO2e serão sequestradas.
FLORESTA DE COMIDA NO CERRADO – Brasília/DF.
Organização: Associação de Produtores Agroflorestais – ASPROSAFS.
O projeto: Na região onde o projeto será implantado há uma grande demanda por produtos orgânicos,que a produção atual não consegue atender. Diante disso, o projeto irá implantar 10 áreas de SAFs e fortalecer outras 10 já existentes por meio de mutirões, além de realizar capacitação sobre esses sistemas e criar um aplicativo mobile de compra e venda de cestas de produtos agroecológicos, ampliando o mercado consumidor dos assentados.
Metas: O projeto irá implantar 3ha de SAF, beneficiando 20 famílias e com potencial de aumentar suas rendas em até 50%. Cerca de 26 tCO2e serão sequestradas por ano com a realização da iniciativa.
DESSALINIZADORES SOLARES NAS COMUNIDADES RURAIS DO SEMIÁRIDO – Boqueirão/PB.
Organização: Associação de Lideranças, Organizações, Agricultores e Agricultoras Familiares do Cariri Paraibano.
O projeto: Além do problema da baixa pluviosidade, a salinidade da água proveniente do poço é outro agravante para a região. O alto índice de sal na água, torna-a imprópria para ingestão. Diante disso, o projeto prevê a instalação dos dessalinizadores para a produção de água potável, capacitação e elaboração de cartilhas sobre a construção, uso e manutenção da tecnologia.
Metas: Serão implantados 70 dessalinizadores solares de uso comunitário em 7 comunidades, beneficiando até 100 famílias, através da produção de 1.050L de água potável por dia e permitindo a economia de renda em 16%, referente à compra de galões de água para ingestão.
ALIMENTOS SAUDÁVEIS NO QUINTAL DE CASA – Afogados da Ingazeira/PE.
Organização: Associação da Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú.
O projeto: A iniciativa será realizada por mulheres agricultoras, que comercializam o excedente de sua produção em feiras orgânicas da região. Devido à grande seca que atinge o Nordeste, o projeto permitirá a utilização da água proveniente de atividades domésticas – que atualmente são descartadas – na irrigação de frutíferas. Dentre as atividades, estão inclusas a mobilização e seleção das famílias beneficiadas, capacitação em práticas agroecológicas, implementação das infraestruturas, aquisição de mudas e sementes e intercâmbio com outras comunidades.
Metas: Serão beneficiadas 15 mulheres, que terão sua produção aumentada e, consequentemente sua renda, em até 20%. Cerca 1.621 m³ de água serão reaproveitados por ano para irrigação de frutíferas.
Ecomudança 2015
No ano passado foram escolhidos três projetos de Minas Gerais, dois do Ceará, dois de Pernambuco, um do Amazonas e um do Mato Grosso do Sul. Juntas, as iniciativas beneficiaram cerca de 250 famílias e promoveram a redução de 7,1 mil toneladas de CO2/ano, entre outros impactos relevantes para comunidades de nove cidades, em seis estados.
As iniciativas contribuem com a redução de gases do efeito estufa e do consumo de água, bem como o manejo de resíduos recicláveis, conservação e recuperação de florestas e fomento ao desenvolvimento de regiões com economia baseada na agricultura familiar.
O valor destinado para a edição de 2015 foi de aproximadamente R$ 705 mil, divididos entre os nove projetos contemplados, de acordo com os custos e abrangência de cada um deles, por meio de doação e financiamento.
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