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Morre Ana Maria Primavesi, precursora da agroecologia no Brasil

por Mariana Campos, Greenpeace – 

Exemplo de amor à natureza, cientista nos mostrou que é possível produzir alimentos saudáveis e sem veneno

Ela nos ensinou que todas as formas de vida em nosso planeta dependem de um solo vivo. Precursora da agroecologia no Brasil e referência mundial sobre o tema, Ana Maria Primavesi morreu neste domingo, 5, aos 99 anos, deixando um legado valioso sobre práticas agrícolas verdadeiramente sustentáveis.

Professora e engenheira agrônoma nascida na Áustria, Primavesi mudou-se para o Brasil no final da década de 1940, pouco antes da chamada “Revolução Verde”, período em que se começavam a adotar técnicas agrícolas altamente impactantes. Na contramão do que, a partir daquele momento, seria bastante disseminado na agricultura, ela passou a maior parte de sua vida defendendo e ensinando o manejo ecológico do solo, com a aplicação de técnicas como adubação verde e controle biológico e sem o uso de adubação química e agrotóxicos.

Foi no Brasil que Primavesi compreendeu a importância de se preservar a rica biodiversidade do solo tropical e usá-la em nosso favor. Quem segue seus ensinamentos entende que não faz sentido a agricultura brasileira replicar cegamente práticas adotadas em lugares como Europa e Estados Unidos, como o agronegócio brasileiro insiste em fazer, desconsiderando as características diferentes de solo e clima.

Manter o solo vivo, sem veneno, faz com que a comida que colocamos no prato seja mais nutritiva e saborosa. Primavesi deixa o ensinamento de que práticas agroecológicas são melhores não apenas para o meio ambiente, como também para a nossa saúde.

Nós, do Greenpeace, continuaremos nos inspirando em Ana Maria Primavesi para lutar por uma agricultura que respeite quem planta, quem come e todas as formas de vida que dependem de solos vivos e saudáveis. Chega de veneno.

Mariana Campos – Jornalista do Greenpeace Brasil em Brasília. Colabora na campanha contra agrotóxicos, é vegana e gosta de andar descalça na floresta. Começou a abraçar árvores ainda criança e não parou mais.

 

 

 

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