Política Pública

Municípios de Mato Grosso planejam ações conjuntas pelo Pantanal

Cachoeira Salto do Sapo, em Tangará da Serra, cidade que integra o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal. Foto: © Prefeitura Tangará da Serra
Cachoeira Salto do Sapo, em Tangará da Serra, cidade que integra o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal. Foto: © Prefeitura Tangará da Serra

Representantes de seis municípios de Mato Grosso, do governo do estado e do WWF-Brasil, se reuniram na última semana, em Cuiabá, para construir um planejamento conjunto de implementação de 34 ações ambientais para promover o desenvolvimento sustentável da região.

O grupo integra o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, aliança entre o setor público (prefeituras, governo e câmaras municipais), o setor privado (produtores agropecuários e empresas) e a sociedade civil organizada para proteger os rios e nascentes dos rios Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaçal, localizados na região onde nascem 30% das águas responsáveis pela biodiversidade e abastecimento da maior área úmida do planeta.

O fortalecimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a adequação ambiental de até 10% das estradas rurais e estaduais, a recuperação de áreas degradadas e de 50 nascentes, a melhoria do saneamento básico e da gestão de resíduos sólidos são algumas das ações propostas pelo Pacto e que devem ser implementadas até 2020.

A reunião ocorreu dois meses depois do lançamento do Pacto e determinou o começo da segunda fase da iniciativa. A proposta foi a de identificar custos e ferramentas necessárias para pôr em prática as 34 ações numa área que abrange 25 municípios e que soma quase 400 mil habitantes.

Poder público se compromete

“O encontro se destacou especialmente pela união de representantes de diversas secretarias do governo do Mato Grosso, demonstrando, mais uma vez, que o Pacto se tornou uma política pública de estado”, disse Ângelo Lima, especialista em conservação do WWF-Brasil. “E o fato do governo do estado ter transformado a iniciativa em política pública demonstra que conquistamos oportunidades para a defesa das cabeceiras do pantanal”, completa.

A prefeitura de Tangará da Serra, por exemplo, assumiu vários compromissos, entre eles, a promoção da regularização fundiária, com recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APPs), manutenção dos serviços ambientais e também adequação das estradas rurais. Para o secretário municipal de Meio Ambiente de Tangará da Serra, Arilson Hoffmann, a luta pela preservação das nascentes é de todos. “Nossa cidade está fazendo a sua parte, mas seria melhor se, além dos municípios, empresas abraçassem essa causa”, afirmou.

O município de Reserva do Cabaçal também se comprometeu com o Pacto. As três ações escolhidas pelo município foram: adequação das estradas, recuperação de APPs e iniciar o processo de recuperação de áreas degradadas. “As propriedades rurais ficam desvalorizadas quando o solo não é bom. Além de ajudarmos o meio ambiente, vamos contribuir para a economia local”, afirmou o secretário do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Evandro André Felix.

A região das Cabeceiras do Pantanal abrange 25 municípios do Mato Grosso, sendo eles: Alto Paraguai, Araputanga, Arenápolis, Barra do Bugres, Cáceres, Curvelândia, Denise, Diamantino, Figueirópolis D´Oeste, Glória D´Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nortelândia, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Porto Esperidião, Porto Estrela, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Santo Afonso, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Tangará da Serra. (WWF Brasil/ #Envolverde)

* Publicado originalmente no site WWF Brasil.