Diversos

Não quero só flores

Por Juliana Guarexick, da Envolverde – 

“Parabéns pelo seu dia minha linda!”. Acompanhadas de um beijo, estas foram as primeiras palavras que ouvi esta manhã. E foi assim durante todo o dia: homenagens com fundo cor-de-rosa, mensagens de exaltação às nossas habilidades incomparáveis e à nossa garra diante da vida.

Admito que, com raras exceções, os votos pelo nosso dia soam como mero repeteco, do qual nos acostumamos a declarar uma vez por ano. Assim como “Feliz Natal” ou “Feliz Ano Novo”, eu sei lá o porquê, mas tenho que dizer.

Não me leve a mal. Não quero pintar com tons escuros uma data tão cheia de cores, mas sim trazer à luz aquilo que a sociedade insiste em embaçar. Mais do que exaltar nossa capacidade de ser multitarefa, o Dia Internacional da Mulher está aí pra nos lembrar que temos direitos e que a luta não está ganha.

Segundo números divulgados pela ONU Mulheres, apenas 50% das mulheres em idade economicamente ativa participam do mercado de trabalho. Em média, homens ganham 23% a mais do que as mulheres, mesmo possuindo a mesma escolaridade. Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual. Chega a ser absurdo! Pra não citar as condições de risco nas quais vivem milhares de mulheres e meninas em áreas de conflito.

Números como esses evidenciam que o mundo feminino não vive só de flores. Nem só de salto alto se sobem degraus, mas dos pés no chão vem as reais sensações. Que neste Dia Internacional da Mulher o nosso grito seja por igualdade. (#Envolverde)