Diversos

O Super Guppy contra a Dengue

Por Valéria Guerra Reiter –

Esta matéria faz parte do PEPE (Programa Envolverde de Parcerias Estudantis) 

Guaracy (o Sol) é um peixinho muito forte, ele gosta muito de nadar.  E desde pequenino (este lindo exemplar de guppy) sempre foi maior que seus irmãos…

Jaci, Itamar, Guarany, Tupã e Guaicuru (que nasceram) no verão de dois mil e dezoito dentro de um lago na cidade de Petrópolis, no Rio de janeiro. O que deixou a mamãe Marina feliz, e ela ficou toda orgulhosa quando seus rebentos começaram a crescer. Ela intuía que “Guaracy” seria alguém mui especial para o mundo.

A lua e as estrelas já brilhavam no meio daquela noite – Os sapos coaxavam, e as cigarras cantavam seu canto mais triste e mais alegre, para saudar aquela estação de alegria; e enquanto isso… Guaracy dormia. Logo, logo amanheceu, e…

De repente ele acordou e percebeu que sons se espalhavam no ar: Crianças sorriam felizes, e seus pais e avós zelosos entoavam um mesmo hino: CUIDADO COM AS PEDRAS… PARA NÃO  ESCORRREGAR!

Jaci você está dormindo de novo? E você Guaicuru? Só pensa em se exercitar. Não entendo meus irmãos conformados com esta vidinha de senso comum, afinal li no jornal “Lagonews” que pode ocorrer uma pandemia no mundo…

Até o Tupã que gosta de ler, só admira um único assunto: Comida. E o Itamar que (sem dúvida) é um grande vendedor que negocia artêmia, para a rapaziada maior: MOLINÉSIA, ESPADA, PLATY, e etc; precisa se antenar com as notícias do meio ambiente…

Só eu que fico “bolando” um jeito de mudar o MUNDO: Não só o nosso, mas também o do gênero humano.

E às vozes humanas – à beira do lago – se confundiram com a voz da sua mãezinha, que dizia: Guaracy cuidado com a preguiça, já passa de 11 horas da manhã e seus irmãos já foram para à aula, e você meu filho: trate de se arrumar, para não chegar atrasado.

O pequeno guppy com nome de astro incandescente, se arrumou bem rápido, e foi estudar carregando seus livros e cadernos, que faziam sua mochila quase explodir.

Quando o nosso herói chegou em sua Escola; sim, pois nosso peixinho será um grande herói: observou que a professora Eugenia já havia iniciado sua práxis, que nesse dia letivo, discorria a respeito do tema: viroses; sendo Ciências a matéria trabalhada…

Que belo! Pensou Guaracy: – eu amo Ciências, é uma de minhas matérias preferidas. Naquela data especial o tema virótico versaria sobre a dengue: patologia cujo o vetor é o mosquito aedes aegypit.

O peixinho ficou atentíssimo ao discurso da professora, e fez algumas perguntas sobre tal virose.

E então a mestra explanou: “Muito provavelmente, o Aedes aegypti chegou ao Brasil através dos navios negreiros”. Após o trabalho de erradicação da febre amarela realizada no início do século passado, o Aedes aegypti chegou a ser dado como erradicado durante a Era Vargas.

Mas a erradicação não durou muito. Com o processo de industrialização e urbanização acelerada do país durante os anos 1940 e 1950: surgiram novos criadouros para os mosquitos como, por exemplo, pneus e ferros velhos, disseminados pela indústria automobilística. Então, em 1967, o Aedes aegypti foi detectado em Belém (provavelmente trazido em pneus contrabandeados do Caribe). Em 1974, o mosquito já infestava Salvador; chegando ao Estado do Rio de Janeiro no final da década de 1970.

Em 1986, dados assustadores foram registrados: em Nova Iguaçu 28% dos domicílios e 100% das borracharias da via Dutra tinham larvas do mosquito”.

E O PEIXINHO FICOU ATENTO, PENSATIVO E TRISTONHO; e refletiu: O QUE PODERIA ELE FAZER PARA SALVAR TODOS OS HUMANOS DESSA SITUAÇÃO TÃO GRAVE?

Ele sabia que seu avô Aprígio fora um guppy muito chegado às tradições, e que sua mãe Marina já havia narrado a ele várias histórias da trajetória desse belo exemplar de guppy que viveu bem mais do que a idade biológica da espécie costuma viver (uma média de dois anos).

Vovô Aprígio viveu cinco anos, e isso foi algo transcendental para toda a espécie, que na verdade até hoje respeita a memória deste parente – e Guaracy tinha em sua história parental algo fascinante para revelar a toda à comunidade do lago: Seu avô se nutria de larvas de mosquito, o que o pequenino e forte Guaracy ainda não sabia é se o mosquito (realmente) era o tal do Aedes aegypti…

E então Guaracy descobriu que sim, que o tipo de mosquito que seu avô Aprígio engolia, sob a forma de larva, era o mosquito da dengue.

Seu coração saltou pela boca de contentamento, ele poderia salvar o lago e consequentemente a fome de todos seus compatriotas (e de quebra, com isso) ele  salvaria a população humana do ciclo contínuo de infestação com o flavivírus.

Ele arregimentou um exército, buscou todos os seus parentes, e amigos, e fez a festa – engoliu todas as larvas que estavam naquele ecossistema aquático.

E no final da grande batalha: Guaracy realizou o feito mais primoroso. Um mosquito resolveu desafiá-lo para um duelo, e ele não fraquejou, apesar de sair bem ferido desta desdita, nosso herói: fora vencedor… ele engoliu aquele exemplar gigante de Aedes aegypti pondo fim ao drama local e nacional…

Fim…

#Envolverde

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