Ambiente

Inscritos em leilão de energia solar somam 3 Belos Montes em capacidade

A maior parte dos 382 empreendimentos inscritos está no Nordeste.
A maior parte dos 382 empreendimentos inscritos está no Nordeste.

Por Redação do Observatório do Clima – 

Região Nordeste concentra a maioria dos projetos inscritos no certame de 28 de agosto, que soma 12.528 megawatts de capacidade instalada; uma segunda disputa está marcada para novembro

A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou nesta terça-feira (28/7) o edital do próximo leilão de energia solar fotovoltaica, marcado para daqui a um mês. Como ocorreu no ano passado, o certame deve ser muito competitivo: os projetos inscritos somam 12.528 megawatts de capacidade instalada – o equivalente a três vezes o que a hidrelétrica de Belo Monte entregará em energia durante o ano.

O leilão, o primeiro de dois prometidos pelo ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) para este ano, contratará usinas fotovoltaicas para gerar eletricidade a partir de janeiro de 2017, com prazo de 20 anos.

A maior parte dos 382 empreendimentos inscritos está no Nordeste. Só na Bahia são 140 usinas, totalizando mais de 4.400 megawatts de capacidade instalada. Em segundo lugar está o Piauí, com 61 projetos e 2.000 megawatts.

O número de inscrições é uma sinalização positiva, mas não significa que toda a energia será contratada. O total de projetos sofre uma primeira baixa na fase de habilitação e uma segunda no próprio leilão. No leilão de 2014 – o mais competitivo da história dos leilões de energia da Aneel –, foram 10.790 megawatts cadastrados e apenas 899,6 megawatts foram efetivamente contratados, afirma Larissa Rodrigues, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

De qualquer forma, o edital lançado nesta terça-feira já permite vislumbrar um futuro para a energia solar no país mais luminoso do que o que foi pintado pela projeção oficial do governo para 2023, contida no PDE (Plano Decenal de Energia Elétrica). “O PDE 2023 planeja 3.500 MW de solar instalados em 2023. Essa projeção é conservadora. Se mantivermos o mesmo ritmo de contratação que tivemos ano passado, sem aumentar nada, em 2020 já teríamos superado a projeção do PDE 2023”, afirma Rodrigues.

O preço do megawatt-hora, R$ 349, é mais alto do que o do ano passado (R$ 262). Isso pode ser uma boa notícia, diz Rodrigues, pois deve permitir que mais projetos sejam contratados, com remuneração adequada. “Além disso, também é uma boa sinalização para projetos que pretendem participar do outro leilão, agendado para 13 de novembro.”

(Observatório do Clima/ #Envolverde)

* Publicado originalmente no site Observatório do Clima.