Ambiente

Queimadas nos primeiros dias de setembro na Amazônia já superam o Dia do Fogo de 2019 em mais de 40%

Por Greenpeace –

No último domingo, 04, o Inpe registrou o dia com maior número de queimadas do ano, com mais de 3,3 mil focos ativos de calor

Na véspera do Dia da Amazônia, celebrado nesta segunda-feira, a floresta teve o maior número de queimadas do ano: no domingo, dia 04, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 3.393 focos de incêndio. O dado é 43,4% superior ao episódio conhecido como Dia do Fogo, ocorrido em 11 de agosto de 2019, com 2.366 focos. Na época, agropecuaristas do Pará combinaram a data para colocar fogo em áreas de pasto e recém-desmatadas.

Dados do Inpe mostram um cenário alarmante na Amazônia para este mês, em que três dias consecutivos de setembro já superaram os alertas registrados no episódio criminoso conhecido como o Dia do Fogo, de 2019.

O que mostram os alertas de fogo do Inpe para setembro:

  • 01/set: 2076 alertas
  • 02/set: 3333 alertas; aumento de 40,8%
  • 03/set: 3331 alertas; aumento de 40,7%
  • 04/set: 3393 alertas; aumento de 43,4%

“Quase todos, senão todos os incêndios na Amazônia têm ação antrópica, ou seja, são promovidos pelo homem”, comenta Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

O porta-voz afirma que desmatamento ilegal e as queimadas caminham lado a lado na Amazônia. “Com exceção de anos com seca extrema, como a vista em 2005, cerca de 99% das queimadas na Amazônia não são naturais. Cortam a floresta, derrubam e deixam tudo no chão por meses secando, para, posteriormente, essa área receber o fogo”, explica.

O Dia que não terminou

Esta não é a primeira vez em 2022 que o Inpe registra dias com focos de incêndio superiores aos ocorridos no Dia do Fogo: no dia 22 de agosto, foram registrados 3358 focos; no dia 24, foram 2475 focos.

Onde a floresta queima

Do total de focos de calor de 2022 registrados até 31 de agosto, 43% ocorreram apenas em dez municípios amazônicos, sendo cinco deles localizados na região da Amacro (fronteira entre Amazonas, Acre e Rondônia), considerada a nova fronteira de expansão do arco de destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas.

*Crédito da imagem destacada: Sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias © Nilmar Lage / Greenpeace

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