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Rebeldes sírios capturam base-chave do regime

Vista geral da base xeque Suleiman, no norte da Sìria. Foto: Francisco Leong/ AFP Arquivo

 

Doha, Catar, 11/12/2012 (IPS/Al Jazeera) – As forças rebeldes da Síria tomaram o controle de uma importante base do regime no norte, perto da cidade de Aleppo, segundo ativistas. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, informou que os rebeldes entraram na extensa base Xeque Suleiman na tarde do dia 9, após duas semanas de combate.

Este avanço revela que os rebeldes fortalecem seu domínio sobre as regiões do norte, fronteiriças com a Turquia. No mês passado, haviam tomado o controle de outra importante base perto de Aleppo. Vídeos amadores divulgados por ativistas mostram rebeldes entrando na base Xeque Suleiman. Nas imagens, é possível ver os combatentes conduzindo um tanque do exército e manejando pesadas armas antiaéreas.

As forças do regime lançaram ontem um ataque aéreo sobre diversos subúrbios de Damasco, enquanto no terreno os rebeldes enfrentavam soldados, informou o Observatório. “Um bombardeiro fez um ataque sobre Daraya enquanto rebeldes e soldados lutavam em terra e a artilharia disparava contra Moadamiyet al-Sham”, acrescentou, referindo-se a duas localidades ao sul da capital.

A força aérea síria também sobrevoou Ghouta Oriental, uma área onde os rebeldes haviam estabelecido bases de retaguarda, segundo o Observatório. Os militares atacaram por ar e terra durante vários dias os redutos rebeldes nos subúrbios, o que despertou temores de que o regime lance uma grande ofensiva terrestre para garantir a capital.

Na frente diplomática, a Rússia disse que os planos para o futuro político da Síria não devem ser forçados a partir do exterior. Desta forma, Moscou deixou clara sua hostilidade ao apoio que o Ocidente dá à coalizão opositora síria, bem como à pressão internacional para que Bashar Al Assad abandone o poder. Em uma declaração, o governo russo destacou que “as decisões fundamentais sobre a reforma do sistema político sírio devem ser tomadas pelos próprios sírios, sem interferência externa nem tentativas de forçar receitas”.

Estados Unidos e seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pressionam para que Al Assad deixe o poder e, assim, coloque fim ao derramamento de sangue, mas a Rússia bloqueou toda ação contra o líder sírio no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Moscou chamou por um imediato fim da violência e pediu “o início de um diálogo nacional durante o qual os representantes do governo sírio e da oposição discutam e acordem os parâmetros para um período de transição”. A Rússia também se expressou contra o apoio do Ocidente à opositora Coalizão Nacional Síria, que os Estados Unidos poderiam reconhecer em breve como única representante do povo sírio. Envolverde/IPS

* Publicada sob acordo com a Al Jazeera.