Clima

Seminário reúne empresas e BM&Bovespa na COP21

Promovido pela Imagem Corporativa, debate destacou a importância do uso de tecnologias inovadoras e das energias alternativas como boas práticas sustentáveis

Muitos diálogos paralelos estão ocorrendo junto às salas de negociações da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP21, no chamado Solutions COP 21.  Uma das iniciativas foi o seminário “Clima e Sustentabilidade: desafios e soluções brasileiros”, promovido pela agência de PR Imagem Corporativa, que reuniu na terça-feira, dia 7/12, lideranças da área de sustentabilidade da CPFL, Votorantim, Rio 2016, TNC e BM&FBovespa. A proposta do evento foi debater como as corporações em parceria com outros stakeholders podem contribuir na busca de soluções mais inovadoras para negócios sustentáveis.

“Quando se fala de desenvolvimento sustentável é preciso olhar “para o lado cheio do copo” e adotar um tom de otimismo. Esse otimismo pressupõe enxergar as empresas a partir do seu potencial de ampliação do compromisso com a causa da sustentabilidade”, alerta Sônia Favaretto, diretora da BM&FBovespa e presidente do Conselho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Sônia diz que o desempenho das ações mais sustentáveis na Bolsa de São Paulo revela que elas têm performance superior às de empresas não tão engajadas nesse processo. Por isso mesmo, ela enfatiza a necessidade das empresas entenderem que sustentabilidade “é bom para o negócio”.

“O Solutions COP21 é um evento paralelo à conferência, destinado a debates e palestras sobre sustentabilidade. A única sessão sobre o Brasil foi esta organizada por nós. Tivemos a oportunidade de conhecer veículos de transporte alternativos, equipamentos inovadores para economia de geração de energia, além de trocar experiências sobre os desafios locais e globais tanto para empresas quanto para a sociedade em geral”, enfatiza Ciro Dias Reis, CEO da Imagem Corporativa.

A energia foi um dos temas discutidos ontem em Paris. Segundo estudo de 2014 da Agência Internacional de Energia (AIE), os investimentos globais nesta área já passariam de US$ 300 bilhões, o que justifica a preocupação das empresas sobre soluções que priorizem a eficiência energética. De acordo com o diretor de sustentabilidade da CPFL, Rodolfo Sirol, as organizações brasileiras vivem hoje uma verdadeira corrida por formas alternativas de energia mais amigáveis ao meio ambiente e que, ao mesmo tempo, permitam um custo/benefício adequado. A própria CPFL tem feito análise de cenários que lhe permita propor soluções apropriadas ao mercado.

O fomento do diálogo transparente entre corporações e comunidades também foi tema do debate. Segundo Rodrigo Freire, gerente de clima e florestas da ONG The Nature Conservancy, é preciso ampliar de forma permanente a qualidade do diálogo com as empresas que atuam na região amazônica, onde ele mora. “Nossa vida é cercada por objetos constituídos a partir de elementos da natureza”. Ele reforça a importância da sociedade se preocupar com a cadeia de valor da indústria moveleira ou de chocolates, por exemplo. “O que consumimos no dia a dia tem uma história que não pode ser ignorada”.

O gerente de sustentabilidade da holding Votorantim, David Carnasso, fez um alerta em relação ao pessimismo que costuma marcar momentos de crise: “Se há uma certeza, é de que a crise passa”. O empresariado deve permanecer encorajado a investir para o desenvolvimento do País. No momento atual, Carnasso destacou a aposta em energias renováveis como uma realidade na Votorantim. “Estamos construindo a maior planta de energia eólica do país, em plena crise. Ela estará situada no estado do Piauí, que apresenta condições atmosféricas adequadas e ventos constantes”. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a capacidade instalada de energia eólica no Brasil chegará a 8,44 gigawatts (GW) no fim deste ano. Atualmente, a energia eólica ocupa 6% da matriz elétrica nacional e as perspectivas apontam para 12% em 2024. (#Envolverde)

* Com informações da Imagem Corporativa.