Unesco quer mapear 80% do fundo do mar até 2030

Na Cúpula One Ocean, realizada em fevereiro de 2022, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) anunciou planos de mapear pelo menos 80% do fundo do mar até 2030, ano que marca o fim da Década do Oceano.

Atualmente, apenas 20% do fundo do mar está mapeado.

Para alcançar o objetivo, a diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, disse que será preciso investir 5 bilhões de dólares.

A grande ambição é investir primeiro na mobilização de uma frota de 50 navios autônomos, que utilizem sonares e transmitam os dados cartográficos a governos e empresas.

A UNESCO defende que é essencial conhecer a profundidade e os relevos do fundo do mar para entender a localização das falhas oceânicas, o funcionamento das correntes oceânicas e das marés, bem como o transporte de sedimentos.

benefícios do mapemaneto

Esta informação contribui ainda para proteger populações, antecipando riscos sísmicos, tsunamis e identificando sítios naturais que devem ser protegidos.

O mapa permite identificar recursos pesqueiros para exploração sustentável, ajudando a planejar a construção de infraestrutura offshore, ou mesmo a responder efetivamente a desastres como derramamentos de petróleo, acidentes aéreos ou naufrágios.

Segundo a agência da ONU, os dados têm também um papel importante na avaliação dos efeitos futuros das alterações climáticas.

Mais de três bilhões de pessoas em todo o mundo dependem da biodiversidade marinha e costeira para sua subsistência

crise ambiental

Porém, o oceano carrega grande parte do fardo da crise ambiental que o planeta enfrenta.

A perturbação climática, aliada à perda de biodiversidade e a poluição, faz com que o oceano, um dos principais sumidouros de carbono e calor, fique mais quente e mais ácido, prejudicando ecossistemas aquáticos.

Além disso, os estoques de peixes estão sendo constantemente ameaçados por práticas de pesca excessivas e destrutivas, juntamente com a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada.

“Precisamos de parcerias eficazes para abordar as fontes terrestres de poluição marinha, urgência na implantação de energia renovável nos mares, que pode fornecer energia limpa e emprego, e menos combustíveis fósseis na economia oceânica”,

António Guterres Scretário-geral das Nações Unidas,.