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7 passos para o empreendedorismo social

Por Marcus Nakagawa*

Você já pensou em montar uma organização na qual o principal objetivo é resolver um dos problemas do mundo? Ou ainda, trabalhar com uma causa social ou ambiental para acelerar o processo de mudança e/ou inspirar outras pessoas para ajudarem neste percurso?

Pois é, este é o trabalho de um empreendedor social que busca, por meio de sua organização, realizar atividades juntamente com outros públicos, como governo, empresa e sociedade civil organizada, para transformar uma realidade.

Segundo Bill Drayton, fundador da Ashoka, ONG internacional de empreendedores sociais, este profissional “aponta tendências e traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, seja por enxergar um que ainda não é reconhecido pela sociedade ou por vê-lo por meio de uma perspectiva diferente”.

Não podemos deixar só os órgãos governamentais, organismos internacionais e algumas grandes empresas trabalharem nestes temas. Os empreendimentos sociais estão no mundo exatamente para catalisar este processo e, principalmente, desenvolver novos modelos de negócios e projetos pilotos que depois virarão políticas públicas.

Para isso, este artigo busca inspirar novos empreendedores sociais com 7 passos para iniciar um pensamento em desenvolver uma organização. Sei que estes passos são uma simplificação, mas o tom realmente é para mobilizar e inspirar empreendedores. Vamos lá!

1. Problema do mundo

É muito importante que o empreendedor social entenda qual é o problema do mundo que ele tentará resolver, transformar, modificar ou mobilizar pessoas. Para isso, é necessário muito estudo, muita pesquisa para entender as causas e os efeitos que este problema possui. E, com isso, definir o ponto principal de mudança. Sendo realista e com dados quantitativos.

2. Causa

Com o problema definido, é agora a hora da construção da causa para que outras pessoas se engajem e que faça sentido para possíveis compradores e doadores do tema. A causa terá que ser algo compreensível para todos os públicos e será o grande chamariz da organização.

3. Público alvo

Um público principal deverá ser escolhido. E mais do que escolhido, muito bem pesquisado, nos seus mínimos detalhes. Seja ele o público beneficiário ou o público indireto que também será trabalhado pela organização. A mudança ou transformação neste público pode ser a principal causa da organização.

4. Lucrativo ou sem fins de lucro

A organização que o empreendedor social está montando poderá ser lucrativa ou não. Se for lucrativa, poderá ser uma empresa de impacto social que divide os lucros entre os sócios e acionistas ou ser uma empresa social que não divide os lucros e só os reinveste na própria organização. Ou ainda poderá ser uma organização sem fins de lucro, mais conhecida no Brasil como ONG ou Fundação. Ou até uma cooperativa com pessoas de baixa renda cujos lucros serão divididos entre os cooperados.

5. Modelo de negócio

Mesmo as organizações sem fins de lucros precisam desenvolver um modelo de negócios que literalmente paguem as contas. Sejam elas dos custos fixos, ou das despesas, ou ainda recursos para o projeto final que beneficie o público alvo. Este modelo de negócio para as empresas sociais é necessário ter uma rentabilidade e boa alocação dos recursos. Além, óbvio, de ter muito bem desenvolvido como funcionará a organização para chegar ao seu objetivo final.

6. Engajamento e comunicação

O engajamento e a comunicação com todos os públicos envolvidos são fundamentais, seja ele o público interno (funcionários), o público atendido, os governos, a mídia, outras organizações sociais, os investidores etc. Muitas organizações, por exemplo, só conseguiram o sucesso graças ao engajamento de todos pela causa.

7. Seja feliz

Se você “recebeu o chamado” para esta empreitada, precisa entender que não é um peso e sim uma oportunidade para ter um real sentido para a sua existência neste planeta. Portanto, seja feliz com esta nova caminhada que, com certeza, será muito mais árdua do que os caminhos tradicionais. Porém, tenha certeza de que você deixará um legado para as próximas gerações.

Espero que com estes sete passos você tenha se inspirado para salvar algumas crianças, resolver um problema de saúde do mundo, incluir pessoas de baixa renda no consumo de um serviço elitizado, resgatar alguns animais em extinção, enfim, mudar o mundo! Se quiser aprender mais sobre o assunto, busque informações na internet, assista a alguns filmes, participe de cursos e palestras, leia mais livros, enfim, inicie a transformação que você quer no mundo a partir daquele que você mais conhece ou deveria conhecer: VOCÊ! (#Envolverde)

* Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM, idealizador e presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. Mais informações em www.marcusnakagawa.com