Mais que educação escolar na COP19

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Existem inúmero eventos paralelos que ocorrem durante as negociações da COP. Aproveitando este espaço o Unicef promoveu, no dia 14 de novembro , o Youth working with children towards a sustainable future. A ênfase foram novas políticas de educação e possibilidades de trabalhos que possam integrar jovens e crianças para a construção de um futuro sustentável.

O Unicef tem a participação coletiva como princípio, por isso defendeu que quando falamos de mudanças climáticas é preciso integrar conhecimento e equidade colocando a perspectiva da juventude como parte.

A organização defende que este trabalho precisa acontecer dentro das escolas de maneira que desmistifiquem os debates confusos e inacessíveis, onde aconteçam treinamentos, informações e capacitações para que todos saibam como intervir. Além disso, é necessária uma comunicação facilitada, sem discursos confusos, integrando as gerações para que todos saibam como fazer a diferença.

Frederico Brocchieri, coordenador jovem da Rede Italiana pelo Clima, sintetizou que hoje, infelizmente, muitos não sabem o que realmente acontece com o planeta, a verdadeira educação ambiental precisa integrar o cotidiano escolar para que essa realidade seja invertida, precisamos trabalhar com as crianças para ter certeza que nas próximas décadas, todos, ou pelos menos a maioria saiba o que está acontecendo.

A chave apresentada para que isso aconteça foi à participação de jovens no processo educacional, criando uma rede onde estes sejam facilitadores para crianças, considerando que, muitas vezes elas sentem-se distantes de professores e cientistas, a juventude poderia aproximar-se com mais facilidade.

Junto com toda vulnerabilidade causada pelas mudanças climáticas, existe uma crise pedagógica que dificulta as possibilidades para criação de ações e interações, sendo necessária uma educação aberta que possibilite ações coletivas que tragam um desenvolvimento sustentável.

Evelyn Araripe questionou a pouca abertura para a participação de crianças e adolescente durante as conferencias, como integrá-los no tema se são excluídos dos processos de decisão e negociação? E sobre a necessidade de metodologias que envolvam e facilitem a participação jovem nas negociações.

A resposta veio de Ahmad Alhendawi, secretário geral dos assuntos da juventude na ONU, garantindo que fará todo esforço necessário para que no próximo encontro eles  não fiquem à margem das decisões, mas que sejam integrados no processo.

Lembrando que a próxima COP acontece em Lima, em dezembro de 2014, esperamos que nela medidas efetivas tenham sido tomadas, que garantam o acesso jovem e adolescente neste sistema.

É preciso entender que o conhecimento atravessa os muros da escola sendo necessário muito mais do que o ensino escolar para prepará-los para todas estas questões, considerando o que dizia Paulo Freire, a verdadeira aprendizagem vem através da vivencia, possibilitando ainda o aprender a aprender, um dos pilares educacionais proposto pela UNESCO. Esta vivencia necessária só será possível quando as portas forem abertas para um verdadeiro diálogo entre gerações, onde todos aprendam e cresçam juntos no processo.  Enquanto as negociações permanecerem fechadas, a juventude e crianças  continuarão impossibilitadas de apropriarem- se de tudo que é necessário para que a mudança aconteça.

Daniele Savietto é repórter da Agência Jovem de Notícias, projeto encabeçado pela ONG Viração Educomunicação, que pretende levar propostas da juventude para serem contempladas pelos negociadores brasileiros durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP19).

** Para acompanhar a cobertura jovem da COP19 acesse também:  www.agenciajovem.org e www.redmasvos.org. Os conteúdos serão produzidos em português, espanhol e italiano.