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Mudanças climáticas e tartarugas marinhas

As mudanças climáticas podem afetar a reprodução das tartarugas marinhas, espécie cujo sexo tende mais para um ou outro de acordo com a temperatura do ambiente onde o ovo é incubado. Segundo um estudo publicado esta semana na revista científica Science, com o aumento da temperatura da Terra, nascerão mais tartarugas marinhas fêmeas. A pesquisa avaliou a influência da temperatura na determinação do sexo de um grupo de tartarugas marinhas na região de Cape Verde, no Oceano Atlântico, um reduto da espécie. A observação mostrou que, quando a temperatura da areia passava dos 30°C, aumentavam as chances de nascimento de tartarugas fêmeas. Aos 29°C, a razão de sexo de filhote de tartaruga foi de aproximadamente 50 para 50, ao passo que quando era de 28°C, aumentavam as chances de nascerem mais machos. Segundo os cientistas, no médio prazo, o nascimento de mais fêmeas pode até contribuir para o aumento da população, já que haverá mais fecundação e deposição de ovos, contudo, no longo prazo, a população pode se tornar majoritariamente feminina, colocando em risco a sobrevivência da espécie. Os pesquisadores apontam também que é possível que o réptil, para se adaptar, comece a colocar seus ovos em uma estação mais fria ou migre para uma área mais fria. (Envolverde)