Vira, vira, vira, virou sustentável

A Virada Cultural ousou virar a noite em música, teatro e muita arte. Depois de sete edições que se replicaram pelo Estado de São Paulo com públicos recordes, o evento fez pensar uma ação cultural com destino certo: a sustentabilidade.

A ideia de promover shows, arte, exposição e teatros com o viés da sustentabilidade veio do jornalista André Palhano, mas bastaram algumas conversas para que as mais diversas organizações se incluíssem no plano – cada uma cobrindo o custo de sua ação – e, logo, surgiu um evento “sem dono”, como explica Palhano. “É um movimento da cidade de São Paulo.” Entre os apoios se destacam as secretarias de meio ambiente estadual e municipal, que entraram com “boa vontade e cessão de espaço, sem envolver recursos públicos”, esclarece o idealizador.

A Virada Sustentável acontece neste fim de semana em São Paulo, com mais de 300 ações culturais e educativas espalhadas nas quatro zonas da capital paulista. Mas não haverá atividades pela madrugada? Palhano refaz a proposta: “a virada é na consciência”. A ressalva também fica subentendida no slogan que divulga o evento: “quem vai, vira.”

Para fazer valer a promessa, um laboratório de práticas sustentáveis precisou ser pensado para que o evento aconteça com menor impacto ambiental que os convencionais. Controle de iluminação nos banheiros dos parques, coleta seletiva e compensação das emissões de carbono são alguns itens que marcam a sustentabilidade na organização.

Mas há outro, ainda mais estratégico: Palhano lembra que a organização do evento “teve a preocupação de pulverizar sua programação em diferentes locais da cidade, de forma a evitar grandes deslocamentos e, principalmente, grandes aglomerações em um único local. Outro cuidado foi o de não promover o evento apenas em locais visitados pela população das classes média e alta, o que explica a presença de diversas atividades nas regiões periféricas da cidade, como os bairros de Capão Redondo, na zona Sul, ou Belém, na zona Leste”.

Na Virada Sustentável, as peças de teatro estarão disseminadas pelos parques paulistanos, as oficinas vão ensinar sobre ervas aromáticas, hortas urbanas e compostagem doméstica, um tabuleiro gigante trará o Jogão do Planeta, o Memorial da Inclusão abrirá excepcionalmente, os shows trarão o projeto Bate Lata, Meninos do Morumbi e a escola de samba Leandro de Itaquera – cujo enredo para o carnaval de 2012 convoca para a sustentabilidade.

Para quem acha que sustentabilidade é samba de uma nota só, vale tentar contar quantos tipos de atividades serão oferecidas nos dois dias: piquenique, exposições, sessões de cinema, massagens orientais, palestras, trilhas noturnas com lanternas, observação do céu na Av. Paulista, yoga, alongamento, passeios de bicicleta, debates, avaliação física, troca de livros… Mas não está tudo aqui. Vale conferir as 71 páginas de programação no site do evento, com mapas e sistema de busca por horário e local para facilitar a definição do roteiro: www.viradasustentavel.com. (Envolverde)

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