Ejaculação precoce atinge um em cada quatro homens

Um em cada quatro homens brasileiros vivencia a ejaculação precoce, quadro no qual o indivíduo ejacula rapidamente (entre 30 segundos e um minuto, em média), sem que seja possível estabelecer um controle voluntário. A EP, como é chamada, é responsável por 40% das queixas feitas nos consultórios de terapia sexual.

A maioria dos pacientes é formada por homens casados ou com parceira fixa, declara o médico Evandro Cunha, do Hospital Urológico de Brasília. “Usualmente, eles levam cerca de quatro anos após os primeiros sintomas para procurar um especialista”, diz.

“Os homens em geral demoram a procurar ajuda por várias razões. Alguns acham que a ejaculação rápida é sinal de virilidade, outros têm vergonha e existem aqueles que desconhecem como poderia ser de outra forma, pois não costumam conversar sobre isso com os amigos, até por receio de serem motivo de brincadeiras. E há também os que ‘culpam’ a parceira ou o estresse momentâneo”, pontua Liliana Seger, doutora em Psicologia Clínica e especializada em sexualidade. Muitos homens procuram ajuda somente quando a parceira indica uma insatisfação, diz.

Categorias

Sem possibilidade de prevenção, essa alteração – que afeta de maneira drástica a vida sexual e consequentemente a autoestima do homem – divide-se em duas categorias: a de origem primária, que pode ocorrer desde a primeira relação sexual na adolescência e é característica do indivíduo, porém passível de tratamento, e a de origem secundária, que é uma disfunção que pode ocorrer após o início de uma vida sexual normal e que surge por algum motivo (trauma e estresse, por exemplo).

A secundária ainda pode ser dividida em outras duas formas: secundária situacional, ou seja, em algumas situações o indivíduo tem, em outras não – às vezes com uma parceira e não com outra, por exemplo –, e a absoluta, que pode durar um longo período ou enquanto o problema físico ou emocional não for tratado.

Controle da ansiedade

Evandro Cunha esclarece que quadros de ansiedade e depressão também podem estar ligados à EP tanto de origem primária quanto secundária. “Caso o quadro se torne crônico, é essencial acompanhamento médico.” O tratamento em geral consiste na psicoterapia, podendo, de acordo com a resposta do paciente, ser complementada por medicamentos.

“Além disso, os tratamentos para EP incluem técnicas de terapia sexual de curta duração – em média 12 a 15 sessões – e exercícios para aprender a controlar a ejaculação e avaliar os aspectos geradores de ansiedade que estão presente nesses pacientes”, pontua Liliana, que lembra também que o problema não é complexo e nem excepcional.

“Homens que sofrem de EP não precisam ficar ainda mais ansiosos com esse tipo de diagnóstico. É algo que pode ocorrer com qualquer um, em qualquer momento da vida, tem tratamento e muitas vezes esse tratamento é rápido”, explica Liliana.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.