Ambiente

Brasil participa da Convenção sobre Espécies Migratórias

A Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS) tem como objetivo conservar espécies migratórias terrestres, aquáticas em suas áreas. Foto: Shutterstock
A Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS) tem como objetivo conservar espécies migratórias, terrestres e aquáticas, em suas áreas. Foto: Shutterstock

Bonn, outubro de 2015 – O Brasil se tornou neste dia 1º parte contratante da Convenção sobre Espécies Migratórias da ONU (CMS, em inglês), habilitando ao maior país da América do Sul a trabalhar com outras nações na Convenção para um melhor suporte e proteção da enorme variedade da sua fauna.

Do gentil peixe-boi ao viajante pássaro-maçarico, o Brasil apresenta uma incrível riqueza de vida selvagem. Sua diversa rede de ecossistemas serve de abrigo para milhares de animais, incluindo muitos migratórios.

Entre os muitos animais que migram para o Brasil listados pela CMS como ameaçados de extinção estão o Maçarico-Esquimó, o Peixe-boi caribenho, a Cachalote , o Golfinho La Plata e o Grande Tubarão Branco.

A CMS é um tratado intergovernamental que se preocupa com a conservação da vida selvagem e dos habitats em uma escala global, cobrindo espécies migratórias terrestres, aquáticas e aéreas. O PNUMA organiza o Secretariado da Convenção.

O Secretário Executivo da CMS, Bradnee Chambers, disse: “Ao se tornar participante da convenção, o Brasil preencheu uma lacuna importante no mapa da conservação do Hemisfério Oeste e da América do Sul. O Brasil se junta a outros países do G20, como Índia e África do Sul como membro da CMS, o que tem sido considerado um relevante fórum global para a promoção da conservação de espécies migratórias ameaçadas de extinção, incluindo muitos animais icônicos.”

O Brasil é um dos 17 países considerados mega-biodiversos, e a sua abundância de plantas e animais é incomparável com qualquer outro país. Contém dois pontos-chave de biodiversidade – a Mata Atlântica e o Cerrado – seis biomas terrestres e três grandes ecossistemas marinhos. O país também sedia os únicos recifes de corais do Atlântico Sul, distribuídos ao longo da costa do Nordeste.

Quase dois terços do país estão cobertos pela Floresta Amazônica, servindo de abrigo para um terço de todas as espécies animais do mundo, muitas em extinção. O Brasil possui o maior número conhecido de espécies de plantas, peixes de água doce e mamíferos. É também o terceiro maior do mundo em espécies de pássaros e o segundo em répteis. Em média, 700 novas espécies animais são descobertas no país todos os anos.

Anteriormente, o Brasil já havia se juntado a outros participantes da CMS para melhor proteger as espécies migratórias de pradarias sulamericanas e os seus habitats. Além da perda de habitat e da fragmentação, pássaros também são ameaçados por agroquímicos, poluição e captura ilegal.

O Brasil também já é signatário do acordo da CMS sobre albatrozes e outros pássaros marinhos que frequentemente são vítimas de captura acidental em redes de peixes.

Pássaros da costa que passam pelo Brasil durante a sua migração anual do Alasca para a Terra do Fogo também são beneficiados por colaboração regional.

O Brasil é um dos países com a maior variedade de espécies migratórias de tubarões, 13 das quais são listadas nos apêndices e anexos da CMS. Ranqueado como 13o na lista da FAO de maiores caçadores de tubarões, o Brasil trabalha com empresas pesqueiras regionais para implementar regulamentação sobre as barbatanas de tubarões.

Juntando forças com outros países Sulamericanos que são participantes da convenção – Argentina, Bolivia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai – permitirá ao Brasil aprimorar a conservação de espécies migratórias na região. (#Envolverde)