Internacional

Anunciados ganhadores do Nobel alternativo

award_3Por Valentina Gasbarri, da IPS – 

Roma, Itália, 2/10/2015 – Ativistas do Canadá, da Itália, Ilhas Marshall e Uganda foram os ganhadores deste ano do prêmio Right Livelihood, também conhecido como Nobel alternativo, segundo anúncio feito ontem em Estocolmo. “Os laureados deste ano defendem nossos direitos básicos, sejam os dos povos indígenas ou das comunidades de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgênero e intersexuais (LGBTI), ou os de todos os cidadãos, de viver em um mundo sem os flagelos da guerra e do caos climático”, afirmou Ole von Uexkull, que é diretor-executivo da Fundação do Prêmio Right Livelihood.

“Com seu trabalho incansável, tanto no terreno como nos tribunais, os ganhadores defendem os valores que levaram à criação da Organização das Nações Unidas (ONU), há 70 anos”, destacou Von Uexkull, que apresentou os ganhadores junto com Monika Griefahn, presidente da Fundação, no Centro para a Imprensa Internacional do Ministério das Relações Exteriores da Suécia. “Este ano, de crises humanitárias globais, eles proporcionam uma resposta inspiradora aos desafios que definem nosso tempo”, acrescentou.

Os ganhadores deste ano são: Tony de Brum, ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, um Estado insular do Pacífico que desafiou as potências nucleares do mundo com uma demanda judicial sem precedentes, Sheila Watt Cloutier, do Canadá, uma líder indígena que luta para proteger o Ártico da ameaça da mudança climática, Kasha Jacqueline Nabagesera, ativista ugandense pelos direitos humanos que luta contra a discriminação das comunidades LGBTI na África, e Gino Strada, médico italiano que salvou incontáveis vidas em países devastados pela guerra.

De Brum recebeu um Right Livelihood honorário, enquanto os demais ganhadores dividirão o prêmio de três milhões de coroas suecas, equivalentes a US$ 360 mil, que será entregue em Estocolmo, no dia 30 de novembro, em uma cerimônia organizada pela Sociedade para o Prêmio Right Livelihood no Parlamento Sueco.

Criado em 1980, esse prêmio reconhece a obra mais inspiradora e destacada dos que se esforçam para atender os problemas humanos do mundo de hoje, como ambiente, saúde, direitos humanos e justiça social. O trabalho dessas pessoas – professores, médicos, agricultores ou simplesmente cidadãos preocupados – se converte em uma resposta integral em coerência com sua luta por um futuro melhor.

Pela primeira vez na história, este ano o prêmio Right Livelihood distingue pessoas da Itália e de Uganda.

Gino Strada e sua organização, Emergency, receberam o prêmio por sua “grande humanidade e habilidade na prestação de serviços médicos e cirúrgicos às vítimas de conflitos e injustiças, apontando sem medo as causas da guerra”. Strada e seu grupo deram assistência médica às vítimas dos conflitos armados no Afeganistão e Sudão, entre outros lugares.

Kasha Jacqueline Nabagesera recebeu o prêmio por “sua valentia e persistência, apesar da violência e intimidação por trabalhar pelo direito das pessoas LGBTI a uma vida livre de preconceitos e perseguições”.

Tony de Brum, e o povo das Ilhas Marshall, foi escolhido “em reconhecimento à sua visão e à sua coragem para tomar ações legais contra as potências nucleares pelo não cumprimento de suas obrigações de desarmamento em virtude do Tratado de Não Proliferação Nuclear”.

Sheila Watt Cloutier, ativista da cidadania ambiental canadense, recebeu prêmio por “seu trabalho de toda a vida para proteger os inuit do Ártico e defender seu direito de manterem seus meios de vida e sua cultura, extremamente ameaçados pela mudança climática”. Envolverde/IPS