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A violência mata a educação

Bagdá, Iraque, 3/11/2015 – O demorado início do ano escolar no Iraque concluiu esta semana com cerca de dois milhões de meninos e meninas que não estão escolarizados. Além disso, 1,2 milhão de menores entre cinco e 14 anos correm o risco de acabar abandonando os estudos.

“O impacto do conflito, da violência e do deslocamento na educação do Iraque é devastador”, lamentou Peter Hawkins, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesse país. “Um grande número de crianças, os que abandonaram suas casas e os refugiados na Síria, continua sofrendo alterações em sua educação, com o risco de o Iraque perder uma geração inteira por causa do conflito”, acrescentou.

Quase um milhão de crianças seguem deslocadas, sendo que 70% delas já perderam todo um ano letivo. Mais de 5.300 escolas em todo o país, quase uma em cada cinco, não podem ser utilizadas porque foram destruídas, ficaram danificadas, se converteram em abrigo para famílias deslocadas ou servem para fins militares.

Em 2014, foram registrados 67 ataques contra escolas ou pessoal da educação. Entre as escolas em funcionamento, milhares estão sobrecarregadas, com salas lotadas de até 60 alunos e funcionando em três turnos. No norte do Iraque, quase 14 mil professores e professoras tiveram que fugir por causa da violência.

O Unicef e seus sócios colaboram com a educação de quase meio milhão de estudantes de diferentes formas: foram construídas 40 novas escolas e instaladas salas pré-fabricadas em todo o país; foram criados 1.585 espaços temporários de aprendizado, o que permitiu a mais de 220 mil meninas e meninos continuarem sua educação; foi distribuído material a mais de 200 mil crianças e passada informação sobre prevenção ao cólera em cinco mil escolas.

Para continuar cumprindo seu compromisso e fomentar a educação no Iraque, o Unicef precisa de US$ 68 milhões até o final deste ano, dos quais US$ 12 milhões imediatamente. Envolverde/IPS