Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 27/11/2015 – A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disseram – e com razão –, que a Turquia tem direito de defender seu espaço aéreo, segundo o jornal Khaleej Times, dos Emirados Árabes Unidos. A Rússia deve deixar de ingressar em território turco quando realiza operações perto de sua fronteira.
“A situação da Síria se complica cada dia mais. O último incidente, em que a Turquia derrubou um avião militar russo supostamente por violar seu espaço aéreo, revela a complexidade da situação”, afirmou o diário.
A Síria é palco de enfrentamentos de muitos países e grupos desde que o regime de Bashar al Assad começou a se deteriorar, há mais de quatro anos. Numerosos grupos financiados por vários Estados, inclusive os Estados Unidos, proliferaram desde então, em uma tentativa de incidir nos acontecimentos. Dessa mistura caótica de forças surgiu a organização terrorista Estado Islâmico, que zomba da autoridade da comunidade internacional.
“Após os atentados de Paris (no dia 13) e de outro que derrubou um avião civil russo na península do Sinai, as potências mundiais chegaram a um consenso sobre a necessidade de priorizar a destruição do Estado Islâmico sem deixar que se interponha a questão do futuro de Assad”, pontuou o jornal.
Mas há muitos atores com objetivos entrecruzados. As forças russas são acusadas de atacar outros grupos, em nome da luta contra o Estado Islâmico. Como disse o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, os aviões militares da Rússia nunca deveriam ter ingressado em um território onde não há presença de combatentes do Estado Islâmico.
Só porque Assad deu carta branca à Rússia para agir, o país não pode bombardear onde quer, destacou o jornal emiratense. “Após esse triste episódio, Rússia e Turquia deveriam acalmar a situação pelo bem maior de lutar contra o Estado Islâmico. Todos os países deveriam unir esforços e fixar algumas regras. Somente uma sólida estratégia unificada poderá derrotar a horda bagdali (referente a Bagdá, capital do Iraque) de fanáticos”, concluiu o Khaleej Times. Envolverde/IPS