Le Bourget, Paris, 02/12/2015 – Os ministros do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal, e do Peru, Manuel Pulgar Vidal, lançaram esta manhã o “Pacto Internacional de Paris sobre Água e Adaptação às Mudanças Climáticas”, em evento paralelo à conferência principal da COP 21, em Paris.
“Aparentemente, esta iniciativa vai vingar, terá a assinatura e suporte de todos os países”, afirma o chairman da Fibria e membro do Comitê Executivo do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), José Luciano Penido. O executivo fez esses comentários em entrevista à presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, especialmente para o hotsite “Rumo à COP 21”. Ele e Marina participaram do evento no qual também esteve presente a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira.
De acordo com a ministra Ségolène Royal, o Pacto pela Água traz a agenda humana diretamente para a discussão do clima, porque 80% do o corpo humano é feito de água, a vida não sobrevive sem água, e a água vai estar em disputa e gerar as migrações internacionais. Penido acredita que o Pacto sobre Água pode ser um dos grandes frutos da COP21.
O Pacto
O objetivo do pacto, que conta com o engajamento de cerca de 290 instituições, é tornar os sistemas de água mais resistente aos impactos climáticos. Durante o evento, foram destacadas outras parcerias-chave e coligações para tornar bacias hidrográficas, lagos, aquíferos e deltas mais resilientes às alterações climáticas e reduzir a interferência humana nos oceanos.
As mudanças climáticas, juntamente com o uso insustentável da água, causam impactos generalizados sobre sociedades e economias, criando secas, inundações e aquecimento. Sem uma melhor gestão dos recursos hídricos, o progresso rumo às metas de redução da pobreza, a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões econômicas, social e ambiental estará em risco.
O pacto sobre Água engloba compromissos das instituições envolvidas para implementar planos de adaptação, fortalecendo o monitoramento da água e sistemas de medição em bacias hidrográficas, promovendo a sustentabilidade financeira e novos investimentos em gestão de sistemas de água.
INDCs são novidade na COP, mas são apenas ponto de partida
Para Marina, uma das novidades desta COP, que aumentam as chances de sucesso da Conferência de Paris, são as INDCs, as contribuições para a redução das emissões de gases de efeito estufa dadas apresentadas pelos países às Nações Unidas.
“O problema é que todas as contribuições, juntas, ainda não são suficientes para limitar o aumento da temperatura do planeta a 2 graus C, ou seja, a COP 21 é um ponto de partida”, disse ela.
Segundo Marina, é interessante observar que a maioria das INDCs toca na questão das florestas, mas poucas delas menciona a agricultura. “No Brasil, a Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura, que reúne o setor empresarial e a sociedade civil, conseguiu unir esses dois pontos, que são complementares”, acrescenta Marina. (CEBDS/ #Envolverde)