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Civis vivem situação impossível

Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 21/1/2016 – Com 18.802 mortos e 36.245 feridos, o número de vítimas causadas pela violência no Iraque nos dois últimos anos é assombrosa e motivo de grande preocupação, destacou o jornal The Gulf Today, dos Emirados Árabes Unidos, se referindo aos números divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU).Na verdade, é provável que esses números estejam subestimados, pois se referem ao período entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de outubro de 2015, segundo um informe da Missão de Assistência da ONU ao Iraque e da Agência da ONU de Direitos Humanos.

“O dado se refere às pessoas mortas ou feridas em episódios de violência explícita, mas ignora o incontável número das que perderam a vida por não terem acesso a alimentos básicos, água ou atenção médica”, indicou o diário. Além disso, “há cerca de 3,2 milhões de refugiados dentro do país, desde o começo desta onda de violência em 2014, quando o temível Estado Islâmico (EI) assumiu o controle de várias partes do país”,acrescentou.

“Segundo o informe da ONU, estima-se que 3.500 pessoas, principalmente mulheres, meninas e meninos, permanecem em condições de escravidão no Iraque nas mãos de combatentes do EI, que impõem seu autoritarismo caracterizado por espantosas execuções públicas”, segundoThe Gulf Today. A cidade de “Ramadi é considerada o primeiro êxito das forças apoiadas pelos Estados Unidos que combatem no Iraque depois de ter caído, em meados de 2014, em mãos do EI, em seu avanço pelo norte e oeste do país”, detalhou.

“Mas limpar a cidade de combatentes rebeldes e de explosivos pode demorar semanas. A descoberta de mais civis do que o esperado presos nas ruínas, em episódios considerados pelos sobreviventes como um esforço deliberado para usá-los como escudos humanos, sugerem que os próximos enfrentamentos contra o EI serão mais complicados”, alertou o editorial.

“Ramadi, onde costumavam viver quase meio milhão de pessoas, sofreu uma lamentável destruição. Os desapiedados terroristas continuam matando, dizimando e forçando o deslocamento de milhares de civis iraquianos e criando um sofrimento infinito”, acrescentou o jornal.O diário com sede em Sharjah ressaltou que “muitas das ações dos combatentes do EI constituem seguramente crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio. Os culpados devem comparecer perante a justiça e pagar por sua extrema crueldade”. Envolverde/IPS