Por Leno F. Silva*
No final do último domingo fiz uma faxina rápida no meu apartamento. Embora à distância tudo parecesse limpo, foi só deslocar um objeto da mesa de apoio para ver a poeira acumulada.
Depois, ao varrer os cômodos, os minúsculos resíduos formaram um volume semelhante a um pequeno chumaço de algodão, sem a sua brancura e com a tonalidade cinza-escura, materializando os milhares de fragmentos que adentram meu habitat por terra e pelo ar.
O correto é que essa limpeza ocorresse todos os dias, ou a cada instante, porque o pó não para de entrar. Mas dá preguiça, dá trabalho; exige disciplina, dedicação e disponibilidade para colocar as mãos na massa e eliminar as sujeiras que pareciam não existir.
O bom é que depois da limpeza a sensação de alívio e de missão cumprida é imediata. Prometi aos meus botões diminuir o intervalo da faxina porque dá menos trabalho e exige um esforço menor. E, de quebra, essas movimentações contribuirão para a minha cota semanal de atividade física, também colaborando para que eu me mantenha em forma sem a necessidade de frequentar uma academia.
Por outro lado, no que diz respeito aos “resíduos”, aos problemas, as inquietações, as angústias e tudo o mais que invade a minha vida e a minha mente, trato de encarar e limpar de imediato, para não ocupar espaço e sugar a energia que é vital para a minha saúde física, mental, e para que eu consiga promover as transformações, por meio das quais construo, compartilho e renovo a cada segundo a minha alegria e a felicidade de viver. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.