Desde 2012, estamos vivendo uma sequência de anos recordistas em aumento médio de temperatura no planeta.
Por Bruno Toledo, da Página 22 –
No começo deste mês, uma animação gif sobre clima tomou conta das redes sociais. A imagem é relativamente simples: uma sequência animada de um gráfico em espiral que apresenta a evolução mês a mês do aumento da temperatura média do planeta Terra desde 1850 até o mês de março de 2016.
A simplicidade do gráfico contrasta com a brutalidade que ela expressa de maneira clara: o salto impressionante na temperatura média do planeta nos últimos 166 anos. Poucas imagens conseguiram expressar com tanta contundência o impacto da concentração crescente de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera terrestre desde a Revolução Industrial.
Mesmo com as variações naturais do processo de aquecimento, a trajetória desde 1850 é nitidamente crescente. Se prestarmos atenção ao final da espiral, que apresenta a temperatura média nos últimos anos, o ritmo do aumento acelera consideravelmente. Não é à toa.
Desde 2012, estamos vivendo uma sequência de anos recordistas em aumento médio de temperatura no planeta. Atualmente, o ano de 2015 é o recordista, mas 2016 caminha para manter a sequência e desbancar o seu antecessor na condição de ano mais quente já registrado. Apenas neste ano, já tivemos os meses de janeiro, fevereiro, março e abril recordistas no aumento de temperatura.
O gráfico também deixa claro o desafio que será o cumprimento das metas previstas no Acordo de Paris para conter as mudanças do clima no século XXI. Estamos muito próximos de atingir 1,5 grau Celsius de aumento de temperatura com relação aos níveis pré-Revolução Industrial e todos os indicativos por oram apontam para sua superação em breve. Mais grave: se não retardarmos o ritmo desse aumento, também superaremos o limite definido pela ciência como crucial para conter os impactos mais graves das mudanças do clima – 2 graus Celsius. (Página 22/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Página 22.