7 de outubro de 2016 – As empresas do mundo todo devem se colocar como parceiras vitais para o alcance das metas de sustentabilidade expressas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em 2015, pela ONU, e nos compromissos assumidos por cada país no contexto do Acordo de Paris. Essa foi a convicção predominante do Chennai 2016 – WBCSD Council Meeting, evento semestral do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), que termina hoje, na cidade de Chenai, no sul da Índia. Estiveram reunidos, ao longo dos últimos cinco dias, 350 participantes, incluindo 40 CEOs de grandes grupos econômicos mundiais.
O cumprimento dos ODSs pode gerar oportunidades de negócios da ordem de US$ 11 trilhões e cerca de US$ 4 trilhões de investimentos. Outros desdobramentos positivos de sua implementação seriam o efeito estabilizador em sociedades e mercados, a valorização da sustentabilidade corporativa e o fortalecimento tanto de políticas públicas voltadas à economia verde quanto do relacionamento das corporações com outros atores sociais.
A economista Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representou o Brasil no evento. Segundo ela, a forte adesão de importantes CEOs prova a disposição empresarial de exercer um protagonismo frente aos grandes temas mundiais de sustentabilidade. Sua opinião se corrobora na fala de Paul Polman, CEO da Unilever e considerado o CEO da Sustentabilidade. Ele afirmou que os governos começam a reconhecer que, sem a participação do setor privado, o Acordo de Paris não teria sido exitoso. “A presença das lideranças empresariais foi decisiva para mostrar que ações para reverter os efeitos das mudanças climáticas são interessantes também para os negócios”, explicou Polman, alertando, porém, para a necessidade de dar escala a tecnologias e soluções de negócios alinhadas com a economia de baixo carbono.
Na apresentação brasileira – com o tema “Eficiência no uso da água – Oportunidades para empresas e instituições financeiras” –, Grossi salientou que ainda há grandes desafios a serem vencidos. “Apresentamos 14 tecnologias, que, aplicadas aos dez setores que mais consomem água no Brasil, poderiam trazer economias de consumo da ordem de 3% (na agricultura) a 19% (na indústria). É uma economia de 4,4 bilhões de metros cúbicos ao ano, que, para ser viabilizada, depende de investimentos da ordem R$ 50 bilhões, dos quais mais da metade poderia ser custeada por instituições financeiras, com ganhos para todos os envolvidos”. De acordo com Grossi, soluções como essas podem elevar o Brasil à condição de importante contribuidor para a mitigação das mudanças climáticas e trazem como bônus maior competitividade e segurança econômica. O próximo encontro está previsto para o início de 2017, em Marrakesh, no Marrocos.
Sobre o CEBDS – Criado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) tem o objetivo de formular soluções de desenvolvimento adequadas às necessidades presentes e futuras do país e à realidade global. Reúne 70 dos mais expressivos grupos empresariais atuantes no Brasil, responsáveis por 40% do PIB nacional e pela geração direta de 1 milhão de empregos. Em 2014, formulou e apresentou aos principais candidatos à presidência a Agenda CEBDS: Por um País Sustentável.
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