Ambiente

Estudo identifica plantas importantes à sobrevivência de abelhas sem ferrão

No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas nativas. Grandes responsáveis pela polinização das plantas, também contribuem para a agricultura e produção de alimentos. “Cerca de 75% da polinização nas áreas cultivadas é feita por abelhas. A qualidade dos frutos e das sementes depende, em grande parte, desses insetos”, explica o agrônomo e doutor em Gestão de Recursos Naturais pela Colorado State University, Carlos Hugo Rocha, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza. Segundo ele, existem várias espécies de abelhas nativas em risco de extinção, principalmente as naturais de biomas com forte degradação, como a Mata Atlântica. “A destruição de habitats associado ao uso indiscriminado dos agrotóxicos contribuem para o desaparecimento de algumas espécies”, alerta.

Em Curitiba, um trabalho de conclusão do curso de Ciências Biológicas da Universidade Positivo (UP) pretende descobrir a qualidade das plantas polinizadas pelas abelhas nativas sem ferrão que vivem no Jardim de Mel do Parque Barigui e ajudar a recompor essas espécies. Orientados pela professora de Botânica Dayane May, os alunos Bernardo Domingues e Ana Letícia Lowen fizeram a coleta do pólen nas caixas das cinco espécies de abelhas nativas sem ferrão que ficam no local – jataí, manduri, mirim, mandaçaia e guaraipo.

“É importante ter esse conhecimento para promover o aumento da biodiversidade”, reforça Dayane, que no futuro, pretende estender a pesquisa. “Esse projeto ainda pode ser ampliado, já que temos outros alunos interessados no tema”, completa. Para o estudante Bernardo Domingues, que deve terminar seu artigo até o fim deste ano, a pesquisa das abelhas nativas possibilita agregar conhecimento a ações nas suas áreas de maior interesse. “A análise é bastante gratificante e nos ajuda a mostrar o valor das espécies nativas. Temos que proteger o que está perto de nós também”, diz. (#Envolverde)