Por Deivison Pedroza* –
Uma das bases da economia compartilhada é transformar o excesso ou a ociosidade em novas oportunidades de negócio. Esse conceito tem tudo a ver com a sustentabilidade, por trazer mudanças na forma como a sociedade opera e usufrui dos recursos naturais, e por sua vez, preserva o meio ambiente. Com a economia compartilhada, é fácil a forma de reduzir impactos ao meio ambiente, seja aumentando a utilização de um determinado bem ou reduzindo o seu ócio. Outra alternativa simples seria comprar menos e utilizar o que já existe. E tem muita gente fazendo isso.
Com esse novo modelo econômico, o meio ambiente sofre menos com o impacto do hiperconsumo. Logo, com menos consumo e mais compartilhamento de bens e serviços, menor o uso de recursos naturais. Os benefícios são muitos e tem impacto decisivo na redução da emissão de gases do efeito estufa e uso de recursos naturais.
A questão social também é beneficiada. Quando muitas pessoas optam pelo compartilhamento de bens e serviços, mais é democratizado o acesso. Considerando que a ideia de compartilhar surgiu exatamente da necessidade de poupar recursos financeiros, principalmente após a crise mundial de 2008, os bens e serviços nesse tipo de economia são mais baratos que os tradicionais.
Outro ponto fundamental e uma das bases da economia compartilhada é que os bens e serviços oferecem aos consumidores uma variedade de escolhas, possibilitando a conexão entre pessoas. Todo esse vínculo é fundamental para o bom funcionamento desse modelo econômico, incentivando o senso de pertencimento e o apoio mútuo nas comunidades.
Ou seja, em um mundo cada vez mais hiperconectado, por mais que as pessoas se sintam solitárias e individualistas, o sentimento de pertencimento a algo é essencial para que o ser humano possa cumprir sua função social e estabelecer relações.
Por exemplo, plataformas de companhias voltadas à economia colaborativa, como no Airbnb e DogHero, mesmo que não haja o contato físico entre o anfitrião e quem se hospeda, as muitas trocas de mensagens entre ambos criam uma certa afinidade e estabelecem uma relação. Mesmo que comercial, se o resultado for positivo, a avaliação final irá definir a reputação no ambiente virtual e determinar a escolha dos próximos clientes.
A Joana, citada no meu artigo anterior (caso você não tenha lido, sugiro que dê uma olhada), para decidir onde se hospedar, olhou os comentários e as estrelas que cada lugar possuía. Basicamente, o requisito de escolha foram as boas avaliações. Isso determinou a sua primeira relação de confiança com o anfitrião, sem nem ao menos conhecê-lo ou ter falado com ele. Depois, já estando hospedada e sabendo da boa fama do dono da casa, comprovou que tudo era verdade. Deixando sua própria recomendação posteriormente. O caso da Joana é fictício, mas pense quantas vezes isso não aconteceu com você mesmo ou com algum conhecido.
*Deivison Pedroza é CEO do Grupo Verde Ghaia
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