Transtornos alimentares diminuem expectativa de vida

Pessoas com transtornos alimentares, como anorexia nervosa ou bulimia, têm o risco de morte prematura muito maior do que pessoas saudáveis.

O alerta é de um grupo de pesquisadores britânicos que fez uma meta-análise – revisão de outras 36 pesquisas feitas anteriormente, totalizando mais de 17 mil entrevistados – e publicou os resultados no periódico Archives of General Psychiatry.

Jon Arcelus, da Universidade de Loughborough, e Alex Mitchell, da Universidade de Leicester, principais autores da pesquisa, dizem que indivíduos com bulimia têm duas vezes mais riscos de morrer precocemente. A anorexia nervosa praticamente triplica esses riscos, aumentando quase seis vezes a probabilidade de a pessoa morrer na idade adulta.

Os riscos, entretanto, são mais altos quando a anorexia é diagnosticada por volta dos 20 anos. Nessa idade, a anorexia aumenta o risco de morte prematura em até 18 vezes, comparando com dados de indivíduos da mesma idade e sem o transtorno.

Mecanismos ainda não estão claros, mas suicídio e impacto no organismo são alguns deles

Mas o risco de morte prematura de pessoas com esses transtornos alimentares ainda não é totalmente claro. Por um lado, já se sabe que em torno de 20% dos indivíduos com anorexia cometem suicídio. Outra parte dessas mortes é devido ao impacto do transtorno no organismo (parar de comer por longos períodos leva a diversos danos no corpo). Mesmo assim, os pesquisadores dizem que ainda não é possível afirmar com certeza o que é e se há apenas esses fatores para aumentar a incidência de morte prematura.

Outro ponto observado por Arcelus e Mitchell é que os pacientes com transtornos alimentares têm um problema multifatorial, que implica em problemas psiquiátricos e médicos. Esses indivíduos, entretanto, podem acabar sendo tratados apenas para a questão mental, pois outros transtornos podem se desenvolver paralelamente – como o transtorno obsessivo-compulsivo, a depressão e a ansiedade –, o que faz com que o foco principal seja essa estratégia de tratamento.

O acompanhamento por médicos e outros profissionais de saúde (como nutricionistas) é aconselhado. Mas os autores indicam que esses profissionais precisam estar atentos para que uma falta de atenção no acompanhamento da saúde desses indivíduos não comprometa sua longevidade.

Com informações da Archives of General Psychiatry.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.