Jovens de 12 a 17 anos que usam redes sociais têm mais chances de utilizarem álcool, cigarro e outras drogas. É o que aponta um estudo do Centro de Dependência e Abuso de Substâncias da Universidade da Columbia, divulgado no dia 24 de agosto.
Segundo a pesquisa, jovens que passam “algum” tempo em sites como Facebook, Twitter e Myspace podem ter cinco vezes mais chance de usar tabaco, três vezes mais chance de consumir álcool e duas vezes mais probabilidade de usar maconha.
Segundo a Universidade, 70% dos jovens entrevistados afirmaram acessar redes sociais em dias comuns, enquanto 30% afirmaram não acessar esses tipos de site. Ainda de acordo com o documento, 40% de todos os adolescentes entrevistados informaram já terem visto nessas redes fotografias de jovens bêbados, desmaiados ou utilizando drogas.
Se comparados com jovens que nunca viram imagens como estas, os adolescentes pesquisados são três vezes mais suscetíveis a consumir álcool, quatro vezes a ter acesso e utilizar maconha, três vezes a conseguir drogas controladas sem receita, e duas vezes a consumir álcool.
Os pais parecem não estar muito cientes do perigo, já que 87% afirmaram não acreditar que visitar redes sociais poderia aumentar as chances dos filhos consumirem álcool, e 89% disseram não achar que sites como Facebook e Myspace possam contribuir com o uso de drogas entre os jovens.
Por fim, a pesquisa apontou que 19% dos jovens reportaram já terem sofrido de cyber bullying, ou seja, já se sentiram expostos a situações embaraçosas nas redes virtuais. Comparados com crianças e adolescentes que não sofreram esse tipo de constrangimento, os jovens se mostraram duas vezes mais propensos a utilizarem tabaco, álcool e maconha.
Ferramentas de controle
Para o pesquisador Joe Califano, os resultados são “profundamente preocupantes”. Ele afirmou que a pesquisa revela que a internet pode colocar os adolescentes em situações de risco. “A relação das imagens de sites de redes sociais de jovens bêbados, desmaiados, ou utilizando drogas e aquelas sugestivas de adolescentes prestes a fazê-lo aumentam o risco de abuso de substâncias e oferecem uma confirmação grotesca do ditado de que uma imagem vale mais que mil palavras”, afirmou.
Para Califano, os responsáveis pelas redes sociais deveriam criar ferramentas para conter imagens como estas e não permitir que crianças e adolescentes postem em seus perfis fotos suas ou de amigos sob efeito de drogas. “Continuar fornecendo um veículo eletrônico para a transmissão dessas imagens constitui abuso aos jovens”, defende.
Segundo o site PC World, representantes do Facebook disseram que o site retira todo conteúdo ilegal do ar quando denunciado.
* Publicado originalmente no site EcoD.