Estudo identifica plástico em mar do Polo Norte pela primeira vez

O Ártico também está contaminado por lixo. Comprovou a coleta realizada a bordo do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace.

O mar é localizado ao noroeste do arquipélago de Svalbard, na Noruega/Foto: Tirs

Em uma hora de mergulho, a rede da oceanógrafa inglesa Clare Miller capturou minúsculos pedaços de plástico e nylon numa das regiões mais remotas do oceano: o mar de Barents, noroeste do arquipélago de Svalbard, na Noruega – menos de 1.300 km do Polo Norte.

Quatro amostras foram coletas e serão analisadas no laboratório em Exeter, Reindo Unido. Segundo a oceanógrafa, a mera existência de plástico nas águas supostamente límpidas do Ártico é motivo de preocupação.

“Ninguém sabia o que encontraríamos. O local onde lançamos a rede é uma região selvagem, sem nenhum assentamento humano por perto”, afirmou Clare, à Folha.com.

A oceonágrafa também comentou sobre o tamanho dos pedaços de lixo e a ausência de outros indicadores de poluição, como bolas de piche. Estes sugerem que o plástico é “importado”, chegando ao mar de Barents trazido por correntes marinhas como a do Golfo, que sai do Atlântico tropical e banha a Europa.

O lixo é composto, em sua maior parte, de pedaços de plástico degradados pelo Sol, que ficam em suspensão na água. Os restos são tão pequenos que precisam ser capturados com uma rede especial, feita para coletar plâncton (animais e algas microscópicas).

A presença de restos de redes de pesca de nylon nas amostras coletadas também é típica da contaminação por plástico.

Em 2008, um mapeamento publicado na revista “Science” por cientistas americanos mostrou que 100% dos oceanos sofrem algum tipo de impacto humano. Uma das zonas mais degradadas é justamente o mar do Norte.

*publicado originalmente no site EcoD.