O novo ano acadêmico começou no dia 5 no maior complexo de campos de refugiados do mundo, com cerca de 43 mil crianças somalis indo para a escola em Dadaab, no nordeste do Quênia.
Algumas, especialmente as que chegaram nos últimos três meses, frequentarão a escola pela primeira vez. Porém, a taxa de matrícula entre as crianças em idade escolar é relativamente baixa nos campos de Dadaab. Estima-se que 156 mil crianças vivam no complexo, que conta com 19 escolas primárias e seis escolas secundárias.
Muitas das crianças que frequentarão as escolas estão entre os mais de cem mil refugiados somalis que chegaram a Dadaab desde junho, após fugirem de conflitos, seca e fome em sua terra natal, aumentando a população de refugiados para 470 mil.
“Essas crianças precisam da rotina e da proteção que a escola oferece”, disse Linda Kjosaas, a oficial de educação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), em Dadaab. “As circunstâncias aqui estão longe de serem ideais e nós deveríamos estar fazendo muito mais. Porém, as crianças estão felizes e, ao conversar com os pais, fica claro que eles valorizam muito a educação”.
Atualmente, existe apenas um professor para cada cem alunos. Em algumas escolas, professores trabalham em turnos duplos, lecionando para um grupo de crianças pela manhã e para outro grupo à tarde. Em sua maioria, os professores também são refugiados. Para os adolescentes, existem poucas oportunidades para começar ou continuar a educação formal.