“A despeito dos recentes episódios no Japão, o Brasil mantém a sua política de expansão do programa nuclear”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira, 15 de setembro, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao participar de um evento sobre energia no Rio de Janeiro.
Segundo ele, apesar do acidente ocorrido em março com a Usina de Fukushina, no Japão, que chamou a atenção da sociedade mundial para a segurança dos reatores, o Brasil vai ampliar a exploração dessa fonte energética. Temos duas usinas funcionando [Angra 1 e 2], estamos construindo a terceira [Angra 3] e temos projetos de construir mais quatro. Temos ainda a possibilidade de construir outras em território nacional”, observou Lobão.
De acordo com o ministro, o governo ainda não definiu os locais onde essas novas usinas serão construídas. Lobão também destacou que o sistema de segurança das usinas nucleares brasileiras é diferente do aplicado em Fukushima, além de argumentar que um estudo encomendado pelo ministério à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e à Eletronuclear confirmou sua confiabilidade e eficiência.
Ele citou o exemplo da China, que está construindo 28 reatores nucleares e tem projeto para construir mais 100 nos próximos 40 anos.
Projeto de lei é contrário à expansão
Na contramão do objetivo do governo federal está um projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que busca decretar a moratória no uso da energia nuclear, conforme o EcoD mostrou em julho deste ano. A proposta suspende a construção de novas usinas termonucleares em todo o território nacional pelo prazo de 30 anos.
Na justificativa do PLS 405, que terá decisão terminativa na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), Cristovam Buarque afirmou que a suspensão preventiva contribuirá para afastar do país o clima de incerteza sobre a energia nuclear e não restringirá as pesquisas científicas no setor.
* Publicado originalmente no site EcoD.