Ansiedade afeta capacidade de crianças em fazer amizades

Um estudo que envolveu quase 2,5 mil crianças nos EUA em idade escolar mostra como as relações de amizade podem ser afetadas pela timidez. Crianças tímidas e ansiosas tendem a não ter amigos e quando os têm são poucos e perdem contato ao longo da vida.

Publicado no periódico Child Development, o estudo foi feito por pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, com base em dados de uma pesquisa longitudinal realizada pelo Instituto de Saúde Norte-Americano.

Para entender o comportamento das crianças em sala de aula, suas emoções e relações com os pares, os pesquisadores avaliaram as crianças em uma série de critérios como timidez, comportamento agressivo, comportamento pró-social e sensibilidade emocional; estas avaliações foram feitas no início e final do ano letivo. Eles também colheram dados sobre a personalidade dos alunos com os professores. Com todas as informações recolhidas, os pesquisadores classificaram os alunos em ansiosos, tímidos solitários, tímidos insociáveis ou não tímidos.

Amizade estável ??protege crianças de serem vitimadas

De acordo com os resultados, em comparação aos tímidos insociáveis e aqueles que não são tímidos, as crianças tímidas solitárias eram emocionalmente mais sensíveis e mais propensas a ser excluídas e vitimadas por seus colegas.

Para os autores, nestes casos a interação com os colegas é mais difícil, pois a ansiedade interfere em sua capacidade de formar e manter amizades. Em contraste, os jovens antissociais tendem a ter mais amigos e manter os laços com o tempo.

O estudo também mostra que ter amizades estáveis ??protege as crianças de serem vitimadas – as crianças mais tímidas se beneficiam das amizades desta maneira.

“Entender como são criados os laços de amizade entre crianças tímidas é importante, porque elas têm pouco contato com crianças da sua idade. As consequências do isolamento podem ser graves e por isso os educadores devem incentivar o esporte coletivo e outras atividades para incitar que estes jovens se envolvam mais com seus pares”, concluem os autores.

Com informações da Society for Research in Child Development.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.