Apesar da crise financeira mundial ter provocado queda drástica de 12% no comércio internacional em 2008, as exportações de produtos criativos aumentaram e alcançaram US$ 592 bilhões, duplicando em seis anos, a uma taxa de crescimento médio de 14% no período 2002-2008, destacando-se como um dos setores mais dinâmicos do comércio internacional.
Os dados constam no Relatório de Economia Criativa 2010, lançado no Brasil nesta segunda-feira, 7 de novembro, em evento no Rio de Janeiro. O documento foi elaborado por meio de uma parceria entre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Apresentado anteriormente em Londres e Nova York, o relatório é promovido no Brasil pela empresa de consultoria e desenvolvimento de projetos Nuvem Criativa. Participam do evento a chefe do Programa de Economia Criativa da Unctad, Edna dos Santos-Duisenberg, além de líderes de órgãos governamentais e privados, que debaterão os rumos da economia criativa no país.
Sobre a economia criativa
A cada dia, em todas as partes do mundo, se consome cada vez mais produtos criativos. Diariamente escutamos o rádio, assistimos aos programas de TV, nos vestimos com a moda, ouvimos música, lemos jornais, usamos software nos computadores para trabalhar e estudar, consumimos publicidade direta ou indiretamente.
Segundo a Unctad, certos produtos criativos, tais como a música, vídeos, jogos digitais e outros bens criativos de consumo doméstico mantiveram demanda estável mesmo durante a recente crise financeira internacional.
Na era do conhecimento e da conectividade, os bens e serviços criativos têm tido um desempenho extraordinário, pois vivemos em uma época dominada por imagens, sons, textos e símbolos em que os produtos criativos fazem parte do nosso cotidiano.
O estilo de vida da sociedade contemporânea gira em torno da economia criativa por meio de nossa vida social, cultural e intelectual. Neste contexto, segundo a ONU, a economia criativa gera empregos, renda, comércio, divisas, além de contribuir para um modelo de desenvolvimento mais inclusivo e sustentável. Portanto, ao pensarmos em economia criativa, é preciso ir além dos números e perceber de forma mais holística a interação entre a economia, a tecnologia, a cultura e as questões ambientais na dinâmica do mundo globalizado.
Atualmente, os países ricos têm 90% do mercado mundial dos audiovisuais e da música, cerca de 80% do mercado editorial e imprensa, e 75% do comércio global de artes visuais. O relatório ressalta a importância do comércio Sul-Sul e analisa aspectos que evidenciam que a economia criativa caminha lado a lado no atual processo de transição para a economia verde. O relatório destaca dez mensagens-chaves para facilitar a formulação de políticas no âmbito da economia criativa.
Leia o relatório na íntegra (em inglês).
Com informações da ONU Brasil.
* Publicado originalmente no site EcoD.