Mulheres que se exercitam mais são aquelas com menor risco de serem diagnosticadas com depressão. É isso que diz um estudo publicado no periódico American Journal of Epidemiology.
A pesquisa é resultado de um estudo longitudinal, aplicado em quase 50 mil mulheres, com perguntas sobre saúde e estilo de vida, às quais elas responderam a cada dois anos no período entre 1992 e 2006. No início do estudo, nenhuma dessas mulheres apresentava depressão. Ao final do período, 6,5 mil voluntárias haviam sido diagnosticadas com o problema.
O estudo observou que o fator mais impactante relacionado aos quadros depressivos foi a prática de atividade física. As mulheres que revelaram se exercitar durante 90 minutos ou mais por dia apresentaram 20% menos chances de desenvolver depressão do que aquelas que se exercitavam por dez minutos ou menos diariamente.
“Atividade física praticada por mais tempo pode aumentar a autoestima, o senso de controle e os níveis de endorfina no sangue da mulher”, explica Michel Lucas, coordenador do estudo.
Assistir à televisão foi identificado como hábito relacionado à depressão. Segundo a pesquisa, as mulheres que passavam mais tempo em frente ao aparelho apresentaram 13% mais riscos de ter depressão do que aquelas que raramente ligavam a TV. Segundo Lucas, uma possível explicação para essas duas relações está no fato de que muitas mulheres substituem o tempo em que poderiam praticar alguma atividade física por ficar em frente à televisão.
Embora o estudo tenha colocado a depressão como consequência de não praticar atividade física, os pesquisadores também consideram a hipótese de que, em certos casos, a mulher possa ter experimentado alguns sintomas da depressão antes de ser diagnosticada formalmente com o problema. Assim, deixou de se exercitar após ser acometida pelo problema, e não antes.
Com informações de Harvard School of Public Health.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.