Unaids: novas infecções e mortes por HIV atingem níveis mais baixos desde pico da epidemia

Brasília – Relatório divulgado na segunda-feira (21) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) revela que as novas infecções pelo vírus foram reduzidas em 21% desde 1997, enquanto as mortes relacionadas à doença caíram 21% desde 2005. Os índices, segundo o órgão, atingiram os níveis mais baixos desde os anos em que houve o pico de novas infecções (1997) e de mortes (2005) no mundo.

Dados apontam que, até o final de 2010, 34 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com a doença. No mesmo período, foram registradas 2,7 milhões de novas infecções, além de 1,8 milhão de mortes em decorrência da aids.

Estimativas do Unaids indicam que 47% dos 14,2 milhões de pessoas em condições de se submeter a tratamento antirretroviral em países de baixa e média rendas tiveram acesso aos medicamentos em 2010 – um total de 6,6 milhões de pacientes e um aumento de 1,35 milhão em relação a 2009. Segundo o documento, há indícios de que o acesso ao tratamento tem representado “impacto significante” na redução das novas infecções por HIV.

Um dos exemplos citados é o de Botsuana, no Sul da África. O acesso a antirretrovirais no país passou de menos de 5%, em 2000, para mais de 80%, enquanto os casos de novas infecções caíram mais de dois terços desde o final dos anos 1990, e estão entre 30% e 50% mais baixos do que estariam caso o tratamento não estivesse disponível.

O diretor do Unaids no Brasil, Pedro Chequer, lembrou que estudos recentes demonstram que o uso do antirretroviral reduz em até 96% a contaminação pelo HIV entre casais formados por apenas um parceiro soropositivo. “A terapia antirretroviral representa uma revolução na prevenção”, destacou.

De acordo com Chequer, o Brasil, atualmente, conta com uma cobertura antirretroviral de 97% quando consideradas as pessoas que receberam o diagnóstico da doença, e entre 60% a 69% quando considerado o total de pessoas infectadas no país. A estimativa do Ministério é que entre 250 mil e 300 mil brasileiros tenham sido infectados, mas não conhecem o diagnóstico.

Edição: Juliana Andrade.

* Publicado originalmente no site Agência Brasil.