Para falar do ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico, o “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” ouviu Suênia de Souza, engenheira civil e ex-gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade.
A convidada destacou que é essencial o apoio das micro e pequenas empresas para que as metas da ODS 8 sejam alcançadas até 2030, porque são elas que geram a maior parte dos empregos formais do país e também contribuem para que a distribuição da renda per capita seja cada vez mais igualitária. Um dos principais desafios que esse tipo de negócio tem atualmente é o acesso, por exemplo, a novas tecnologias, algo que tem sido superado, aos poucos, pelas novas gerações de empreendedores.
Sobre a questão da economia sustentável, ela cita que para reduzir custos e atender às questões das legislações, diversas empresas têm aderido a processos de ecoeficiência como gestão de resíduos sólidos, uso de energias renováveis, gestão eficiente da água, entre outros. Contudo, a engenheira frisa que o trabalho que deve ser feito junto aos pequenos negócios precisa ser de planejamento para que essas práticas evoluam independentemente do cenário econômico do país.
No que diz respeito à questão de gênero, Suênia comenta que, de acordo com uma pesquisa do Sebrae, aqui no Brasil, 51% das pessoas que estão à frente dos pequenos negócios são mulheres, no entanto também são elas que mais enfrentam desafios para “sobreviverem” aos dois primeiros anos, que são decisivos para qualquer empreendedor, principalmente pela falta de acesso à inovação.
Suênia também falou de temas como a burocracia para ser empreendedor no Brasil e sobre o problema da informalidade neste setor, direitos trabalhistas, inclusão de jovens no mercado de trabalho, importância das pessoas optarem pelos pequenos negócios sempre que possível. Apesar de otimista com as condições que o país tem de cumprir as metas, ela também reforçou a importância dos pequenos negócios para que isso aconteça.
“Eu sou otimista porque trabalho com os pequenos negócios e presencio há muitos anos o legado que essas empresas deixam para as comunidades e seus sucessores […] Os pequenos negócios são capazes de gerar distribuição de renda, inclusão social, de dinamizar os locais que estão inseridos, mas ao mesmo tempo a população do país também é capaz de ter uma condição de trabalho cooperativo e colaborativo”, finaliza Suênia.