Os piores riscos hoje em dia pertencem aos países emergentes.
Dois relatórios particularmente angustiantes foram publicados na semana passada: “Global Risks 2013”, pelo Fórum Econômico Mundial (que se reunirá em Davos neste mês), e “Top Risks 2013”, pela Eurasia Group, uma consultoria.
Esses relatórios oferecem não apenas alertas a respeito de perigos que podem ser evitados por meio de planejamento ou raciocínio claro. Eles também sugerem oportunidades.
O FEM explora alguns problemas familiares, tal como o aumento da desigualdade e a fragilidade do sistema econômico global.
O FEM especula que “incêndios digitais” poderiam gerar um caos global. A internet dissemina desinformação num piscar de olhos. As empresas realmente precisam levar esses riscos a sério, mas os “incêndios digitais” podem não constituir o inferno temido pelo FEM. A internet em geral se autopolicia.
O relatório é mais preocupante no que se refere aos antibióticos. Há sinais de que estes estão perdendo parte de sua potência, graças em parte à disseminação do uso excessivo. O número de infecções que são resistentes ao tratamento por antibióticos está subindo. A WEF também argumenta que empresas e organizações sem fins lucrativos precisam colaborar mais para desenvolver mais medicamentos.
A pesquisa do Eurasia Group se concentra exclusivamente nos riscos políticos. A grande ideia da Eurasia é que os piores riscos hoje em dia pertencem aos países emergentes. Os países ricos provaram que são capazes de administrar riscos razoavelmente bem.
Esta é uma avaliação dos países ricos otimista demais. Mas é verdade que o empresariado não presta atenção o bastante ao risco político dos países em desenvolvimento. Quanto mais o centro de gravidade econômica se descola para os mercados emergentes, mais os empresários precisam reconhecer que os países emergentes são terrivelmente complicados.
* Publicado originalmente na The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.