O Ministério Público Federal no Acre entrou com ação civil pública contra 14 frigoríficos que compraram mais de 10 mil cabeças de gado ilegal, correspondendo a um volume de carne comercializada de mais de 2 milhões de toneladas.
A carne foi adquirida em propriedades embargadas pelo IBAMA por graves irregularidades ambientais, entre elas desmatamento ilegal e por prática de trabalho escravo, segundo o Ministério Público do Trabalho. Alguns desses frigoríficos têm sido generosamente financiados com créditos subsidiados de bancos federais, inclusive o BNDES, que é o gestor do Fundo Amazônia. O JBS Friboi, por exemplo, que está entre os processados, recebeu significativos empréstimos do BNDES.
A falta de coerência nas políticas das diferentes agências do Governo Federal, a inconsistência da política ambiental e de redução do desmatamento põem em risco a continuação da queda do desmatamento. Fica mais difícil, também, garantir as metas de desmatamento e a trajetória rumo ao desmatamento zero. Para manter o desmatamento baixo e tendendo a zero, é preciso que a política governamental como um todo desincentive práticas ilegais na Amazônia e que o governo se convença de que a região precisa de um novo modelo de desenvolvimento, de alto valor agregado e que mantenha a floresta em pé.
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*Publicado originalmente no site Ecopolítica.