Durante a videoconferência, organizada pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo (CRT), sobre a “Oportunidade para Ampliar as Estratégias de Prevenção às DST/AIDS para a População Masculina”, o ginecologista Valdir Monteiro Pinto, integrante da equipe médica do CRT, afirmou que 17% da população masculina sexualmente ativa têm ou já teve alguma DST. Segundo ele, “desses, 1 em cada 4 homens fez o tratamento inadequado, seja porque consultou amigos ou farmacêuticos”, explicou.
O debate ocorreu na tarde dessa quinta-feira, 14 de julho, para lembrar o Dia do Homem, celebrado em 15 de julho, e tratou de assuntos como os desafios do acesso do homem na rede de atenção básica, o pré-natal do homem como uma das possibilidades de prevenção à transmissão do HIV e da Sífilis e as experiências exitosas de ações de prevenção às DST/aids na população masculina.
O especialista comentou ainda que um dos fatores pelo qual o homem evita ir aos serviços de saúde é a falta de preparo dos profissionais de saúde. “Temos que estar prontos para atender esse público e deixar o paciente sempre à vontade, pois para o homem falar sobre o tema ainda é difícil”, comentou.
Valdir explicou também que o serviço deve ficar sempre atento para atender e tratar além do paciente portador de alguma DST, seus parceiros sexuais. “Apenas dessa forma podemos eliminar a doença nesta cadeia sexualmente ativa”, concluiu.
Projeto Homens
Pensando nas dificuldades em que eles têm de ir aos serviços de saúde e na falta de tempo, o Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo criou, em 2008, o Projeto Homens, que tem por objetivo incentivar a população heterossexual a se prevenir contra as DST/aids na cidade de São Paulo.
Esse projeto, de acordo com a assessora técnica do Programa Municipal, Maria Elizabeth Reis Lopes, ampliou o debate sobre a vulnerabilidade masculina e o direito do homem de ir ao serviço básico de saúde e ser atendido de acordo com a sua necessidade.
“Como temos que aproveitar a oportunidade de falar em sexo seguro com homens justamente nos locais onde eles estão, fizemos diversas ações de prevenção nos estádios de futebol”, exemplificou.
Ainda de acordo com ela, “esse tipo de abordagem possibilitou que o programa firmasse parcerias com torcidas organizadas para promover ações de prevenção em quadras de escolas de samba”, concluiu.
*publicado originalmente no site da Agência Aids.